Hoje é o grande dia. O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva vai depor novamente ao Juiz Sérgio Moro em Curitiba e o evento tem atraído toda a atenção da militância petista desde a última semana. Estima-se que quase 40 ônibus já se deslocaram até o Paraná para prestar apoio ao símbolo maior do partido da estrela solitária.
Mas o que muita gente e a própria militância acabou esquecendo é que outro grande nome petista também estará frente a frente com a justiça nesta quarta-feira (literalmente 13). O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu –que já foi um dos nomes mais poderosos do partido– encara julgamento decisivo no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre, sem que haja mobilização prevista pela militância.
Lá, a 8ª turma do tribunal julga o recurso de apelação de Dirceu, que, caso seja negado, leva o eterno petista de volta à cadeia. Ele não é obrigado a comparecer e nem deve deixar Brasília em direção ao Rio Grande do Sul.
Mas o ponto onde quero chegar é sobre o tamanho da importância e da lealdade de Dirceu ao próprio partido. Ora, o ex-ministro foi um dos poucos que ainda não abriu a boca e entregou os comparsas através de delação premiada e eu não vejo uma única citação ou movimentação em torno do seu nome.
Conversando com lideranças petistas aqui na Paraíba, eu percebi o tamanho da admiração nutrida pela mística imagem de Dirceu, sempre definido como líder, mestre e inspiração. O que gera mais uma gigante interrogação com o descaso petista.
Por que Dirceu não nutre a mesma lealdade do partido? Não seria ele uma das figuras histórias mais importantes do PT? Onde está a tão feroz militância defendendo seu líder?
Perguntas soltas, porém necessárias.
Se quiser, José Dirceu pode jogar a última pá de terra no caixão do PT. Se vai fazer ou não é outra história. Mas que a fogueira pela qual ele passa no momento, também merecia atenção partidária, ah, isso merecia.
Créditos: Leandro Borba – Polêmica Paraíba