JULGAMENTO

Flordelis interrompe depoimento e implora a desembargador: "Sou inocente, me perdoa"

(Foto: Brunno Dantas/TJ-RJ/Reprodução)

A pastora e ex-deputada federal Flordelis se manifestou pela primeira vez durante seu julgamento. Chorando, ela interrompeu o depoimento do desembargador Siro Darlan para reafirmar sua inocência e pedir desculpas a ele — que acompanhou sua trajetória recolhendo crianças, a quem chama de filhos.

Desde o início do depoimento de Darlan, que está presente na sala de julgamento, Flordelis se manteve de cabeça baixa chorando, sem encará-lo. Após o magistrado contar como uma técnica diferente da história do pastora elogiado aos cuidados que com as crianças abrigava, ela se confiou para ativar o plenário e aos prantos. “Eu sou inocente. Me perdoado, Doutor Siro, me perdoa!”.

Em seguida, Flordelis deixou o recinto junto de um dos integrantes de sua defesa.

Antes, Darlan havia contato como conheceu Flordelis, inicialmente alvo de mandado da Vara da Infância e da Juventude, comandada por ele, e fez diversos elogios à pastora.

“O essencial, que é o tratamento digno, a amorosidade, o cuidado de uma família essas crianças tinham. Então nossa equipe continua monitorando essas crianças, mas agora em outras condições”, disse ele.

Com três filhos biológicos do primeiro casamento e mais de 50 filhos afetivos, um ponto que intrigou a polícia durante as investigações foi sobre como Flordelis conseguiu adotar tantas crianças no Brasil, já que o processo é rigoroso e possui uma grande fila no cadastro de adoção. Os processos biográficos e processos da Inclusão, além da própria autografia, mostram que grande parte das crianças não foi aprovada.

O contorno de Carmo ainda é uma identificação com o pastor próximo com Flor Anderson do —marido de Flordelis, assassinado em 2019.

“Flor se tornou uma pessoa conhecida no mundo gospel, artístico e religioso. E eu fui convidado para vários eventos envolvendo a família, como o lançamento do livro em que ela conta essa história, que é uma história belíssima”, ressaltou.

Siro Darlan lembrou que Anderson o telefone três dias antes de morrer, para uma negociação política.

“Eu me recordo muito bem que três dias antes de morrer o Anderson telefonou para mim, para dizer que a Flor queria uma reunião comigo. Para que eu faça uma reunião comigo. Para que ela se apresente como parlamentar, projetos que beneficiam crianças e adolescentes”, revelou ele.

Siro Darlan contava mas não foi possível a proposta de “tentadora”, pois viajava para férias na França.

Nesta quinta, foram ouvidas três testemunhas que concluíram os depoimentos da acusação. Ao todo convocado está previsto a oitiva de 14 testemunhas pela defesa. Ainda não há previsão para o termo do decidir.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Correio Braziliense