" Fim do Mundo " : A Culpa é do Governador !

Bruno Filho

Ainda trabalhando e morando em São Paulo, tomei conhecimento da pessoa de Ricardo Coutinho durante as eleições para Governador do Estado de 2010, quando ele venceu José Maranhão em um segundo turno muito disputado, candidato que aparecia na frente das pesquisas de primeiro turno e “pintava” caminhar rumo à vitória.

Chamou-me atenção a recuperação de Ricardo e passei a acompanhar seu mandato até pela força da ligação familiar com a Paraíba, local de nascimento da minha mulher. Tudo isso até Junho de 2011 quando mudei definitivamente para João Pessoa e aqui comecei a trabalhar.

De lá para cá e por força do ofício acompanho o dia-a-dia do Governador e procuro me inteirar de seus atos. Cheguei à conclusão que a fase do político não é das melhores. Existem notícias diárias de mandos e determinações do governante que não estão agradando a população, vivendo em “pé” de reclamação.

Julgando à grosso modo reconheço que os últimos atos não tem sido felizes. Cito aqui a situação da saúde, pauta de inúmeras reclamações, a segurança que vai de mal a pior, a educação cheia de problemas e o funcionalismo público que parece ter sofrido grande decepção com a gestão.

Poucos dias atrás, foram divulgadas contas oriundas da Granja Santana que dão conta de gastos elevados do Palácio e que foram motivo de comentários de todos os tipos e em todas as mídias. Tudo fornecido pelo Tribunal de Contas do Estado, não são números aleatórios.

Menos para o Governador que os contesta à sua maneira. O que me parece ser o “carro-chefe” das reclamações é o fato de Coutinho não ceder de forma nenhuma, e não “bater pino” como se diz por aqui para ninguém. Utiliza o esquema “bateu,levou” modo de governar utilizado, no qual ele não é o primeiro e não será o último.

Talvez essa arrogância decantada realmente exista e isso irrite o povo em geral. O Governador seria uma espécie de Dunga da política, o rabugento ex-treinador da Seleção Brasileira. Não sei se é. Não tenho pessoalmente tantos subsídios assim para julgar. Ouço bastante, essa é minha principal característica.

Agora, sou eu que pergunto: Será que o Governador não faz nada de bom ? Tudo que ele faz é ruim para o povo ? Nada se aproveita desse Governo que é comandado por um ex-vereador, ex-deputado e que em algum momento foi tratado como a “salvação da lavoura” .

Imagino que sim. O que falta, está parecendo ao cronista, é uma maior aproximação entre o povo, e o governante. Talvez o Governador tenha se afastado de suas origens e comprado uma briga própria dos que esquecem que o poder emana do povo. Ele é inteligente ao extremo e deve saber aonde está o erro.

Teremos mais 2 anos de Governo, tempo suficiente para uma recuperação, ou não, do máximo mandatário do Estado. Todos sabemos que em política de tudo pode se esperar. O que assusta é o fato da “bancada” governista na Assembléia não estar falando a mesma língua. Com isso as coisas se complicam mais ainda.

Vou aguardar. Como o Mundo não vai acabar agora, o Governador não será culpado de nada. Não sei se ele está com as “costas largas” demais, ou se é realmente os que reclamam que tem razão. Toda afirmação definitiva é perigosa, e para concluir lembro que inimigos políticos terríveis já se deram as mãos e o povo ficou com o queixo caído. Calma…

Bruno Filho, jornalista e radialista, que na sua terra viu até Maluf e Lula apertarem as mãos.

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