Filho de Lourdes é preso em movimento na USP

O filho de Lourdes Sarmento foi detido pela polícia do estado de São Paulo durante protestos de estudantes da Universidade de São Paulo (USP) na última semana.De forma irresponsável, veículos de comunicaçãono no estado da Paraíba divulgaram a prisão do jovem associando seu nome ao nome de indíduos que também foram presos pela polícia enquanto consumiam maconha no campus. Lourdes procurou a reportagem do PolêmicaPB esclareceu o assunto, solicitou a publicação de uma nota de esclarecimento e garantu que pretende processar todos os veículos que expuseram o garoto de forma caluniosa.

 

Confira a nota

Nota de esclarecimento sobre o caso do estudante André Sarmento

Vimos a publico esclarecer os acontecimentos envolvendo o estudante André Sarmento, filho da ex-candidata Lourdes Sarmento, por ocasião dos protestos estudantis acontecidos na Universidade de São Paulo (USP), e para se contrapor à campanha de calunias e difamação que setores da imprensa estão fazendo em torno não apenas do caso do filho da ex-candidata, mas contra todos os estudantes que estavam na luta em prol da democracia.

Em primeiro lugar, informamos que o estudante André Sarmento foi detido na Universidade de São Paulo (USP) juntamente com outros 71 estudantes, na última terça-feira, 08, durante um protesto realizado por alunos dessa e de outras universidades, como é o caso do próprio André Sarmento, que é estudante do curso de letras da UFPB.

Ao contrário da maioria dos políticos brasileiros às voltas com a justiça, André Sarmento, militante do Partido da Causa Operária (PCO), não foi detido por roubo ou dilapidação dos bens públicos, por corrupção ou recebimento de propinas, nem por compra de voto. A detenção se deu porque André Sarmento estava na trincheira da luta democrática.

Os alunos estavam ocupando a reitoria em protesto contra a privatização da maior e mais importante universidade do País e pela democracia dentro da USP, que está sofrendo com a intervenção da Polícia Militar dentro do campus, um violento ataque contra a autonomia universitária. O objetivo da entrada e permanência da PM na USP é o de reprimir toda e qualquer manifestação da comunidade acadêmica contra a política do PSDB, que tem sido a de privatizar a USP, colocando aquela importante universidade a serviço dos interesses privados, na maioria, inclusive, estrangeiros. Trata-se de uma repetição do que aconteceu com a Vale do Rio Doce, com a rede Telebrás, com o parque siderúrgico nacional e tantas outras empresas privatizadas ao longo do governo tucano.

É importante que a população saiba que desde o início deste ano, policiais passaram a revistar estudantes, a agredir, a intimidar de todas as formas a comunidade universitária uspiana, como se estivessem no Haiti. O responsável maior dessa situação é o atual reitor, João Grandino Rodas, escolhido pelo ex-governador José Serra, mesmo tendo sido o terceiro colocado na eleição indireta da USP.

O que a população assistiu na última terça-feira, 8, foi a lamentável cena da tropa de choque invadindo uma instituição de ensino superior; uma repetição do que ocorreu em Ibiúna, em outubro de 1968, quando a Ditadura Militar prendeu centenas de estudantes que estavam organizando o congresso clandestino da UNE. Não por acaso, a mesma ação da Ditadura Militar que hoje em dia é repudiada por todos os cidadãos foi exaltada pela imprensa da época, postura lamentável que é repetida pela grande imprensa hoje no caso da USP.

É preciso esclarecer ainda é que a luta dos estudantes não é a defesa de “maconheiros” como afirma a imprensa. A Luta é contra a privatização da mais importante universidade da América Latina, contra a tentativa do governo Geraldo Alckmin (PSDB) de transformar a USP em uma Vale do Rio Doce ou em um Morro do Alemão, contra a ofensiva policialesca que está sendo imposta ao movimento estudantil e ao sindicalismo dos funcionários.

Os estudantes estão enfrentando a polícia, as ameaças de punição acadêmica e judicial em nome da democracia. Estão lutando contra a tentativa do governo de sitiar a USP, acabando com o estado de direito e impondo o ESTADO DE EXCEÇÃO.

Por fim, manifestamos nossa solidariedade ao estudante André Sarmento, pela coragem com que se portou no episódio, ao lado de outros estudantes universitários e conclamamos a população a apoiar a luta desses estudantes, a qual representa a luta de todos os trabalhadores por uma educação pública e de qualidade.

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