Para o Prefeito de Garanhuns no agreste pernambucano, Izaías Régis (PTB), o evento deste ano deve ser considerado como o “Festival de Inverno do Satanás”, cuja responsabilidade, segundo o Governante Garanhuense é exclusiva do Governador Paulo Câmara (PSB). “A responsabilidade toda é do Governador Paulo Câmara, que não teve nenhum respeito a Garanhuns”, disparou Izaías, dando como exemplo a posição defendida pelo cantorJohnny Hooker, durante show na última sexta-feira, dia 27 .
“Vamos gravar um vídeo para apresentar o nosso repúdio a esse Governo irresponsável, que transformou o evento, num evento de Satanás. Não é o Festival de Inverno de Garanhuns, é o Festival de Inverno do Satanás. Foi isso que ele fez, esse cidadão chamado Paulo Câmara”, pontuou o Prefeito em áudio que circula no aplicativo de mensagens WhatsApp.
Confira a nota de repúdio:
Vimos a público manifestar nosso repúdio às apresentações ofensivas e desrespeitosas que aconteceram nesta cidade durante a realização do 28º Festival de Inverno de Garanhuns. Aceitar esse tipo de apresentação é compactuar com o desrespeito.
Todos os anos assistimos apresentações belíssimas durante o Festival de Inverno, verdadeiras manifestações culturais, e que atraem turistas do Brasil inteiro.
No entanto, determinados acontecimentos vivenciados durante o 28º Festival de Inverno de Garanhuns têm diminuído a grandeza do evento. Artistas sem postura, desrespeitando seus próprios fãs e os cidadãos de Garanhuns, proferindo todo tipo de palavrões e hostilidade.
Manifestações e importantes debates no que diz respeito aos direitos de liberdade de expressão e liberdade de crença foram enaltecidos em Garanhuns nos últimos dias. Para nossa tristeza, alguns artistas se utilizaram desses mesmos direitos para fazer apologia à violência e à segregação.
Ontem, testemunhamos, perplexos, manifestações nocivas do cantor Johnny Hooker que proferiu palavrões, insultos e provocações contra símbolos religiosos. Reconhecemos que não se trata de um acontecimento isolado, infelizmente, durante a mesma semana, tivemos Daniela Mercury com o mesmo discurso de senso comum, simplista e arrogante.
Cantores – pagos com dinheiro público – que se preocupam mais em ofender pessoas e a religião alheia do que com sua música (que é o que realmente importa), não merecem respeito e tão pouco admiração, mas desprezo.
Não podemos compactuar com práticas discriminatórias, nem com ofensas, seja em relação a gênero, orientação sexual, etnia, religião, ou qualquer outro tipo. Tentar impor uma perspectiva como sendo absoluta é epistemologicamente impossível.
Atentos a tal constatação, manifestamo-nos em completo repúdio a todo tipo de violência, seja direta, indireta, física, verbal, psicológica ou simbólica presenciadas durante o 28º Festival de Inverno de Garanhuns. Esperamos que esses episódios lamentáveis não caiam no esquecimento, mas que sirvam para lembrar que nós garanhuenses estamos aqui, merecemos respeito e um festival de qualidade.