Paulo Santos

O aumento intempestivo e abusivo dos preços dos combustíveis em João Pessoa, empurrado nos tanques dos automóveis e motos entre a noite do domingo (27) e a manhã desta segunda-feira (28) é a prova inconteste de que há um produto em falta na Paraíba e seu título é “autoridade”.

Como reclamar do Cartel de Combustíveis há anos instalado nesta Capital se todos nós somos testemunhas impotentes do descaso com que os organismos públicos tratam as questões de interesse de quem paga os impostos que mantêm essa paquidérmica “máquina” oficial?

O Brasil é, já imortalizava o livro de Sebastião bosa (Barbosinha), O País da Impunidade. A Paraíba imortaliza a falta de autoridade, Os fatos degradantes se sucedem e a maioria deita no berço esplêndido da normalidade. O excesso de resignação é preocupante, mostra um povo apático, medroso, cabisbaixo, sufocado.

Muitas coisas conspiram para isso. Os exemplos fogem pelo ladrão (sem intenção de trocadilho). Como nenhuma autoridade se manifesta sobre os sucessivos escândalos envolvendo instituições públicas e privadas outros segmentos se ahcam com poderes divinos para desafiar os incautos que teimam em primar pela ética e bons costumes.

A esculhambação no tratamento da Oi à sua clientela e a volta triunfal do Cartel dos Combustíveis é uma “justa homenagem” ao desvario que domina esse pequeno pedaço de Brasil, aos desvios de verbas públicas, aos projetos inacabados e outros desmandos. E não aparece ninguém que dê um murro na mesa. Deus nos proteja!

INJUSTA CAUSA

Poucas vezes os segmentos sociais paraibanos – a imprensa incluída – se uniram em torno de causa justa como foi a mudança no regimento interno do Ministério Público da Paraíba permitindo que os promotores votassem e fossem votados para escolha dos comandantes do MP. Pode ter sido uma causa injusta. Os jovens promotores que tomaram o poder no MP rasgaram todos os seus compromissos com com o futuro da Paraíba e enveredaram pelo mais grotesco retrocesso ao corporativismo e à criação de uma oficina para fabricar cabides de emprego como grotescos foram os ataques à liberdade de expressão produzidos pelo procurador geral, o jovem Oswaldo Trigueiro Filho, esquecendo que ele é o principal defensor da letra da lei no Estado.

PODE RECUAR

O deputado Arnaldo Monteiro (PMDB) ainda não está 100% decidido a disputar a Prefeitura de Esperança. Aliás, pelo andar da carruagem, tudo indica que não irá à luta. Está à procura de um nome que possa substitui-lo nessa briga de outubro.

ANDRÉ SAI

O deputado estadual André Gadelha (também do PMDB) deve “bater o martelo” com seus correligionários, na próximo sábado (2), a respeito da candidatura a prefeito de Sousa. Se for candidato, volta para conversar com o presidente da Assembleia, Ricardo Marcelo, sobre sua licença do mandato.

CAFÉ FRIO
O prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, pode até não saber, mas tem gente saboreando sua administração pelas beiradas. A administração esfriou em níveis antárticos. Vários setores estão quase parados e dificilmente voltarão a funcionar até que o próximo prefeito (ou prefeita) tome posse. A área de comunicação, por exemplo, está longe de ser um foco de modernidade.

NONATO GUEDES
Amigo do coração e irmão por adoção, Nonato Guedes ultrapassa as fronteiras do jornalismo político e estreia hoje no pequeno grupo de bons escritores paraibanos com lançamento do seu primeiro livro na Livraria do Luiz. E prova que ainda há vida inteligente nessa parte do continente.

BOMBA

Há uma bomba chiando por aí. O pavio pode durar até uns dias depois da eleição de outubro. Poderia ter explodido dias atrás, mas prevaleceu a ação de um providencial bombeiro. O estopim arrefeceu mais por estratégia do que por resignação.

PERGUNTAR NÃO OFENDE

O sindicato dos donos de postos de combustíveis e as operadoras de telefonia teriam remorsos se o Governo e a Prefeitura fecharem os Procons? Cartas para… Deixa pra lá.