Faceiros e medíocres

Rubens Nóbrega

Vou me aproveitar hoje da obra alheia para dar melhor proveito aos leitores, aos quais ofereço as observações inteligentes e a fina ironia de alguns amigos que há oito anos me abastecem com colaborações da melhor qualidade. Começo pelo comentário de Guto sobre o apelo das colunas dos dois últimos dias de 2011, nas quais expus idéias e compromissos que poderiam ser assumidos por algum candidato a prefeito da Capital.

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Rubão, é triste e lamentável que ao longo das décadas nossos governantes venham caminhando faceiros e tão airosamente de braços dados com a mediocridade. Assim como o amigo, me sentirei mais que satisfeito, me sentirei honrado, em votar num candidato a prefeito compromissado com metas realmente idealistas.

No atual cenário político da nossa aprazível Jampa, tá difícil, mas sou deveras otimista de que possa despontar no horizonte um candidato sereno e consciente de que, com o propósito de metas dignas, a vida fica mais interessante, torna-se útil e resulta em felicidade… Pessoal (para eles, os deuses) e coletiva (para todos nós, simples mortais).

Forte abraço e adelante, em 2012, com tudo de bom, belo e verdadeiro.


Lex, o cacique e os índios

Do amigo Lex, em mensagens enviadas nos dias 29 e 30 de dezembro:

– Ninguém teve a curiosidade de perguntar ao Cacique da Aldeia São Francisco como ele tem visto as reportagens sobre a Ilha dos Castro exibidas durante esta semana no Jornal Nacional? (…) O cacique a que me referia é ele mesmo, Sua Excelência. Só não imaginava que exatamente ontem (29), quando te mandei este e-mail, rolava por lá a posse do novo Cacique Geral da Paraíba, como mostra a reportagem de capa do Jornal da Paraíba de hoje (30). Pelo visto, nem os índios escapam da sanha de dominação do ‘home’. É a Paraíba em passo acelerado rumo ao século XVI. Realmente, o mundo precisa acabar em 2012. Mas foi um prazer conhecê-lo.
Sobre reforma no Espaço

Do Professor Flávio Lúcio Vieira:

– Rubens, muito provavelmente serão os recursos do Fenart que vão financiar boa parte da obra. Pra quê Fenart, se RC pode apresentar uma obra todinha sua para o povo? Obra de concreto, obra de concreto… Não foi também esse pensamento que derrotou JM? Ai que saudade dos tempos em que RC cantava: “A gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte(…) A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidadeA gente não quer só dinheiro, a gente quer inteiro e não pela metade…”.
A violência no trânsito

No mesmo dia 30 de dezembro, o amigo Dal escreveu:

– Rubens, estou impressionado com a violência do trânsito de João Pessoa. Cheguei hoje (ele está morando fora há dez anos, mas vem à Paraíba regularmente visitar familiares), fui pescar em Formosa (Cabedelo), no retorno parecia que estávamos em uma situação de emergência, pela maneira como as pessoas dirigiam. Presenciamos dois acidentes em frente ao Renascer, um em cada sentido da Br 230. Quando cheguei em casa, vi pela TV Cabo Branco a notícia do grave acidente também na Br 230 na altura do Castelo Branco. Pois é, amigo… Entra ano e sai ano e nessa época o povo parece que enlouquece, parece que o mundo vai acabar. Tem que se dar um basta nisso. Hoje, tranquei o carro na garagem e só saio nele no dia primeiro dia útil de 2012.

Ubaldo e o Entreguista

Depois de perder as velhas neuras e arraigados temores, o meu amigo Ubaldo parece que perdeu a paciência também, e de vez. Leiam o que ele me mandou no finzinho de 2011 e depois me digam se não tenho razão.

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Caro Rubens Nóbrega, há mais de 40 anos atrás, durante a ditadura militar, surgiu no Brasil a figura do Entreguista. Esse título era destinado, pelas pessoas esclarecidas da época, ao político ou empresário que fazia ações que beneficiavam os Estados Unidos, ou se voltavam para os Estados Unidos, que era o grande mal da humanidade (não mudou muito) daqueles tempos, disseminando ditaduras de direita pelo mundo, com todas as suas consequencias nefastas para a humanidade. Daí a nossa ojeriza.

Pois bem, os tempos mudaram, mas a figura do Entreguista não morreu. Mudou de face, aprimorou-se, modernizou-se. Mas continua Entreguista! Pois com o futuro anschluss (anexação, como Hitler fez com a Áustria) que está para acontecer à Paraíba, as nossas autoridades agem como entreguistas, e não cansam de demonstrar serviço, para aparece bem na foto, quando passarmos a ser pernambucanos. Por isso, Rubens, aconselho a todos já irem se adaptando, começando por dar um trato na língua, pronunciando o “s” como se estivesse com a boca molhada: ishport, operáriosh dash fábricash da Fiat, essash merdash todash. Entendeu, Rubensh?