Extradição de Pizzolato é suspensa até 22 de setembro

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil segue preso em Módena, no norte da Itália, região onde foi capturado em 5 de fevereiro de 2014

19/08/2005. Brasília. Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, durante depoimento na CPI dos Correios no Senado
19/08/2005. Brasília. Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, durante depoimento na CPI dos Correios no Senado

O Conselho de Estado da Itália decidiu, nesta quarta-feira (24) manter suspensa a extradição de Henrique Pizzolato até o dia 22 de setembro. O Conselho de Estado ainda determinou que novos documentos sejam apresentados pelo Ministério da Justiça italiano, provavelmente para que atestem que os direitos humanos são respeitados na Penitenciária de Papuda, no Distrito Federal, para onde o condenado seria encaminhado.

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil segue preso em Módena, no norte da Itália, região onde foi capturado em 5 de fevereiro de 2014.

Movimento contra a extradição
Começa a ganhar corpo entre políticos italianos um movimento que defende que Pizzolato permaneça na Itália para descontar a sua pena. Encabeçado pelo senador Luigi Manconi, o movimento questiona a decisão do Ministério da Justiça em favor da extradição alegando que o condenado poderia ser transferido para uma das mais “violentas e degradadas penitenciárias do Brasil”. Uma petição online contra a extradição contava com mais de 2 mil assinaturas até o início da tarde desta quarta-feira (24/06).

Blog
O blog “Justiça Pizzolato”, editado em italiano, enumera ainda outros nomes de políticos e profissionais engajados na luta dos direitos humanos que estão apoiando a petição, entre eles a eurodeputada italiana de origem congolesa, Cécile Kyenge.

A deputada ítalo-brasileira do parlamento italiano Renata Bueno, que defende a extradição de Pizzolato ao Brasil, aguarda a publicação da sentença definitiva da suspensão. Contudo, declarou que não “encontra motivos válidos” para legitimação do movimento pró-Pizzolato e que seria uma “retaliação” ao ministro da justiça italiano.

“Ele foi condenado no Brasil, cometeu um crime contra os brasileiros. Antes disso, nunca tinha exigido nenhum de seus direitos como cidadão italiano. É italiano de conveniência. Vou entrar em contato com o grupo que é contra a extradição e explicar que apesar de todas as dificuldades do sistema carcerário, a incolumidade de Pizzolato será garantida”, declarou Bueno.

Terra