Exército Brasileiro: Ótima Opção

Bruno Filho

Quando os jovens da minha geração aproximavam-se dos 18 anos subia um frio pela espinha e uma dor de barriga muito grande pelo medo que tinhamos lá no Sudeste de ter que servir o glorioso Exercito Brasileiro de muita tradição e conquistas brilhantes ao longo de sua história.

Era época da “Guerra Fria”, guerra do Vietnã, guerra de Suez e outras pelo mundo afora, além de uma ditadura militar das mais tenebrosas. A expectativa era a mesma de um boi que segue pelo corredor do matadouro. Servia de castigo sermos profetizados pelos parentes como futuros recrutas.

Primeiro a humilhação do alistamento militar, quando ficavamos numa fila imensa ladeados por soldados que nos pediam de tudo, cigarros, canetas, bonés, tenis, sempre no sentido de demosntrar uma força que nunca foi o principal legado deixado pelos patronados de Luis Alves de Lima e Silva.

Chegava a hora do sorteio e torciamos pelo famoso Excesso de Contingente, quando alguns numeros eram excluidos de apresentação e voce tinha apenas que ir buscar o seu Certificado de Reservista. Estavamos livres desse enorme pesadelo, entre outros de não ter que cortar o cabelo com máquina zero.

Sinal dos tempos, tudo mudou e para melhor. Todas as vezes que vou a Recife acompanho os nossos rapazes fardados trabalhando na BR-101 recapeando e construindo pontes, percebo que há sorriso no rosto como de quem esta fazendo algo importante além de bem tratado.

As situações são diferentes, não existem mais guerras, o máximo que fazem é viajar para algum local no intuito de apaziguar como acontece no Haiti. A “Guerra Fria” acabou e ditadura ficou apenas nos museus, então além de patriótica tornou-se uma profissão interessante.

Quem não gostaria de ver seus filhos no quartel, aonde poderão terminar estudos, formar-se como numa Faculdade, ter ótima alimentação, rigidez na disciplina, aprender a ser um cidadão de verdade além de poder conhecer vários locais do Brasil. e ainda receber salário para isso.

Tornou-se difícil engajar-se. Hoje voce pode fazer seu alistamento em postos especiais e em menos de 15 minutos. Ninguém mais é chamado para servir e só aqueles que insistem muito conseguem um lugar entre os fardados. Agora que todo mundo quer, não pode.

Passo pelo Grupamento de Engenharia e imagino o meu tempo, correria de lá como o diabo da cruz, agora tenho até vontade de entrar e conhecer. Frequento a Missa aos domingos e adoro o ambiente que encontro. Como mudaram as coisas 40 anos depois.

Aconselho, aqueles que puderem e tiverem a intenção de encaminhar os meninos de hoje para uma vida disciplinada procurem saber da possibilidade de aquartelá-los. Penso que seja muito bom, principalmente para aqueles que ameaçam dar muito trabalho em casa.

Sou favorável a uma dissiminação dos quartéis, mais verbas para os militares no sentido de pesquisa, trabalho, busca de aperfeiçoamento e claro mantendo o principal preceito das armas que é a disciuplina e o culto à patria o que esta fazendo muita falta.

Quem sabe novos tempos virão e o Exercito volte a ser olhado com bons olhos. Confesso que se hoje tivesse 18 anos faria esta opção, aprenderia muito por lá. Queiram ou não queiram é um orgulho estar com a farda verde-oliva. Eu pelo menos penso assim.

Bruno Filho, jornalista e radialista, que mudou o pensamento graças aos novos tempos.

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