"estupro é uma arma de guerra"

Estupro coletivo na Grande JP escancara que crimes como este são vergonhosas armas de guerra

Por Taty Valéria

Imagine que você está em casa, dormindo com seu marido. Sua casa é invadida por sete homens armados com revólveres e uma faca. Eles espancam seu marido à pauladas, te espancam e te levam pra um lugar afastado. Você é estuprada por 5 desses homens e abandonada no meio do nada.

Não foi uma cena de filme, não foi na Índia ou no Afeganistão. Foi na madrugada desse domingo (13), aqui do lado, em Santa Rita.

A vítima, de 21 anos, conseguiu pedir ajuda, foi encaminhada ao Hospital de Trauma e em seguida levada para um abrigo onde ficará aos cuidados do Estado.

Casos como esse nos fazem refletir sobre o tamanho da violência em que estamos inseridas. Há suspeitas que o crime tenha a ver com o fato do marido ser usuário de drogas, ser ex presidiário, etc, etc. Então é possível que por alguns segundos, passe na nossa cabeça a impressão de que estamos seguras pelo simples fato de não estarmos envolvidas com um usuários de drogas ou com um ex presidiário. Mas infelizmente, não é assim que a banda toca.

Se a vingança era contra ele, por quê estuprar sua companheira? Porque o estupro é uma arma de guerra, seja ela qual for. E é uma arma de guerra porque sabemos o peso disso. As mulheres sabem o que significa ter seu corpo violado e os homens sabem, apesar de não terem noção das consequências, o que representa o estupro como vingança à quem consideram inimigo.

Puxando o fio da crueldade, chegamos no ponto do novelo onde tudo começa: a cultura do estupro. Não se barbariza um semelhante, e os homens não são ensinados a ver as mulheres como iguais. Não importa se foi uma “vingança”. Fosse assim, só as mulheres que convivem com ex presidiários seriam estupradas.

O que resta agora é achar e punir os culpados, sabendo de antemão que nada, nenhum tratamento, acompanhamento e aconselhamento fará com que essa mulher tenha sua vida de volta. O estupro é uma morte que continua em vida, e só nos resta esperar que ela consiga conviver com essa dor da melhor forma possível, pois algumas feridas simplesmente não conseguem se curar.

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Fonte: Paraíba Feminina
Créditos: Paraíba Feminina