PRECONCEITO

Estudantes da UFPB são condenados por crime de racismo

"Queria comprar uns negros, mas proibiram faz tempo", disse um dos réus

Estudantes da UFPB são condenados por crime de racismo

brancos e negrosA Câmara Criminal do Tribunal de Justiça condenou os estudantes de história da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Marcus Allex Policarpo Carneiro e Lucas Dantas Machado pelo crime de racismo. Eles pegaram penas de dois anos e seis meses de reclusão, que foram convertidas em prestação de serviços à comunidade.

A denúncia narra que no dia 1º de junho de 2014 Marcus Allex, estudante do curso de História da UFPB, passou a postar mensagens preconceituosas de cunho étnico-social, do tipo: “Não sou racista, pelo contrário adoro negros. Até queria comprar uns, mas proibiram faz tempo.”

Após a propagação dessas mensagens, o dirigente do Núcleo de Estudantes Negros da UFPB (NENN) Mário Fernandes Cruz do Nascimento resolveu abordar o acusado, ao término da aula, para que lhe fosse oportunizado momento para se justificar diante das afirmações feitas. Ele teria ratificado seu comportamento asseverando que se intitulava ‘liberal’, podendo, pois, manifestar-se conforme seu entendimento.

Ainda, segundo a denúncia, tal comportamento culminou com a redação de uma nota de repúdio elaborada pelos professores do citado curso de história, bem como com a procura dos estudantes por apoio à Comissão de Promoção de Igualdade Racial e Diversidade Religiosa da OAB/PB, que entrou com ação na Justiça.

Já a conduta do segundo réu, Lucas Dantas, consubstanciou-se no apoio ao acusado, em comunhão de desígnios, mediante a publicação da frase racista e desidiosa: “Nego quando não caga na entrada, caga na saída. Me processa ae.”

“O crime de racismo implica conduta discriminatória dirigida a um determinado grupo ou coletividade. É imprescritível e inafiançável, e se procede mediante ação penal pública incondicionada, cabendo, também, ao Ministério Público a legitimidade para processar o ofensor. Aqui, o que se resguarda é a dignidade humana”, escreveu o relator do processo, desembargador Carlos Beltrão.

Fonte: Lana Caprina