“Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe o poder”. Cresci ouvindo meu velho e sábio pai repetir esta frase e não imaginava que ela estaria tão presente nos tempo de hoje.
Esse Ricardo, hoje governador, não é o mesmo que a Paraíba conheceu durante a campanha eleitoral. Há uma distancia grotesca entre o Ricardo da época eleitoral, que semeava a competência, que pregava um governo mais humano e preocupado com os problemas da população, para o Ricardo que hoje nos governa, que mais parece um político sem coração, cheio de arrogâncias, intolerante, onde outra verdade não pode existir, além da sua própria verdade.
O Ricardo de ontem, aquele que num passado não muito distante liderava os grandes movimentos populares, seja de médicos, enfermeiros, farmacêuticos, garis, agentes de saúde, professores, policiais, não mais existe nos tempos de hoje.
O Ricardo de hoje é bem diferente do líder dos mais oprimidos que assistimos nas ruas e nas praças, erguendo as bandeiras mais firmes e justas que os menos protegidos tanto aplaudiam.
O Ricardo de hoje não aceita greve por salários e melhores condições de trabalho.
Hoje, os médicos não podem protestar, sob pena de serem responsabilizados pelo drama que vive a saúde do nosso estado; os professores não podem nem pensar em reivindicar o pagamento do piso nacional, já garantido através de lei respaldada pelo STF; os policiais não têm o direito de lutar pelo pagamento de um salário mais justo, nem tão pouco ir as ruas denunciar o pesadelo que é ter que perseguir e prender bandidos, diariamente, por um salário de miséria e que não garante o sustento de seus filhos;
O Ricardo de hoje até parece que não tem alma, não tem coração ou qualquer tipo de atitude parecida com solidariedade. O seu governo nega todos os dias um simples medicamento de uso excepcional, destinado a milhares de paraibanos pobres, que correm risco de vida, devido a falta de humanidade e de compromisso com os mais carentes.
O Ricardo de hoje, o governador, não é o mesmo de tempos passados que fazia uma defesa intransigente dos servidores públicos. Hoje, seu governo dobrou o horário de expediente nas repartições estaduais, reduziu o salário de milhares de pessoas e mais: numa canetada só, logo nos primeiros dias de sua gestão, demitiu sumariamente mais de vinte mil pessoas, deixando-as no mais profundo abandono e desespero.
O Ricardo de ontem era o líder comprometido com as questões da saúde. O Ricardo de hoje, o governador, esqueceu seus ideais de uma saúde comprometida com os mais pobres, pois a grande maioria esta penalizada com o abandono dos hospitais e seus equipamentos, uma vez que o atual governador prefere guardar dinheiro, fazer caixa, economia, para investir num outra hora.
O Ricardo de ontem era o mais fiel defensor das liberdades, da democracia. Naquele tempo ele era o mais perfeito defensor de que a imprensa pudesse ser livre, autêntica, independente e que lhe desse o espaço suficiente para falar para as massas populares. Como governador, Ricardo patrocina perseguição a jornalistas, articula para cercear a liberdade de expressão, pois entende hoje que todos têm a obrigação de cultuar o seu passageiro reinado.