Escola em João Pessoa não tem professor

Apesar de o período letivo ter começado há quase três meses, estudantes de uma escola pública de João Pessoa estão sem aulas devido à falta de professores. Na Escola Estadual de Ensinos Fundamental e Médio Cônego Francisco de Lima, localizada no Geisel, as disciplinas de geografia, ciências, religião e química não estão sendo ministradas por conta da ausência de docentes. O problema está prejudicando principalmente os alunos que pretendem participar de processos seletivos para concorrer a uma vaga no curso superior.

Segundo a diretora da instituição, Cristina Torres, o problema já vem ocorrendo desde o começo do período letivo e foi se agravando com o tempo. Ela explica que o colégio tem cerca de mil alunos, mas apenas uma parte deles cursa o Ensino Médio.

Para atender este grupo de estudantes, são necessários quatro professores de química, mas as aulas foram iniciadas com apenas três.

Um mês depois, a escola sofreu outro déficit e ficou com um professor a menos, que deixou a função após formalizar o pedido de aposentadoria. E, há alguns dias, faltaram também mais dois profissionais que davam aulas de ciências e religião.

“Já mandamos ofícios, comunicando o caso à 1ª Gerência Regional de Ensino e estou aguardando as providências. Acredito que esse problema será resolvido o mais rápido possível para não prejudicar mais os nossos alunos”, disse a diretora.

“Estamos com a situação normalizada no horário da noite, mas faltam professores em turmas da manhã e tarde”, completa Cristina.

PREOCUPAÇÃO
Na escola, a falta de professores é motivo de reclamação e preocupação. Apesar de a direção do colégio informar que só faltam professores em quatro disciplinas, estudantes afirmam que a situação ainda é mais grave e que está atingindo principalmente a turma da 3ª série do Ensino Médio, que estuda no horário da manhã. Das seis aulas previstas pelo cronograma para serem ministradas ontem para essa turma, só ocorreram duas.

Ontem, a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA esteve no local, em pleno horário escolar, e encontrou um grupo de alunos da 3ª série do Ensino Médio circulando no ginásio da escola, enquanto outros estudantes de outras turmas permaneciam em sala de aula.

Os jovens explicaram que a falta de professores é um problema ainda mais grave. Segundo eles, a escola precisa também de professores de matemática. Para os alunos, fica o temor que esse problema prejudique o desempenho deles nos exames vestibulares.

“Estamos entrando no segundo bimestre e não assistimos a nenhuma aula de matemática. Não temos nem notas na caderneta. Isso impede até que a gente se transfira daqui, porque faltam notas. Agora, como é que uma pessoa pode fazer vestibular desse jeito?”, questiona o estudante da 3ª série do Ensino Médio Jonas David Gomes Silva, que pretende concorrer a uma vaga no curso de Educação Física, na Universidade Federal da Paraíba.

O estudante Emerson de Nascimento também se mostra apreensivo. “Quero fazer Processo Seletivo Seriado para entrar no curso de Administração. Mas estou preocupado, porque não estou estudando assuntos que serão cobrados. Desde que as aulas começaram, ainda não assisti nada sobre química”, lamenta.

Do Blog com JP OnLine