O Ministério Público do Peru está investigando uma suposta rede de prostituição que funciona dentro do Congresso do país, em um esquema que supostamente oferece favores sexuais de mulheres para que parlamentares mudem seus votos.
Segundo a investigação, o esquema funciona desde 2020 e seu organizador seria o parlamentar Jorge Torres Saravia, do partido de centro direita Aliança Pelo Progresso (APP). Os programas eram negociados dentro da sede do Poder Legislativo, mas eram consumados em hotéis próximos.
Um dos parlamentares denunciantes do caso é Juan Burgos, do partido Avança País, também de centro direita. Em uma entrevista ao canal local RPP, o congressista afirmou que “pelo que eu entendi, a negociação acontecia lá dentro (do Congresso), e eram oferecidas mulheres em troca de um voto alinhado com o partido (APP), não envolvia dinheiro, segundo as pessoas que falaram comigo”.Burgos é presidente da Comissão de Fiscalização do Congresso, que avalia o caso a partir das investigações realizadas pelo Ministério Público.
Até o momento, a comissão abriu um processo por quebra de decoro apenas contra o parlamentar Torres Saravia, apontado como pivô do esquema. “Convocamos uma sessão extraordinária para esta sexta-feira (20/12), na qual vamos analisar o caso”, disse Burgos ao jornal local La República.O deputado também disse que outros deputados poderão se tornar alvo no futuro. “Quem investiga é a Justiça, nosso papel é atuar de acordo com o que os tribunais determinem. Se outras pessoas estiverem envolvidas e se houver provas a respeito nós vamos atuar”, comentou.
O Ministério Público investiga não a participação do congressista Jorge Torres Saravia no esquema, como também a do líder do APP, o empresário e político César Acuña, ex-prefeito de Trujillo (2007-2014), que é a terceira maior cidade do Peru, e atual governador do departamento de La Libertad (desde 2023). Acuña foi candidato presidencial do APP nas eleições de 2016 e 2021.
Com informações de La República.