O presidente do Conselho Regional de Medicina, João Medeiros; o presidente do Sindicato dos Médicos, Tarcísio Campos; a presidente da Associação Médica, Débora Cavalcanti; e o presidente da Academia Paraibana de Medicina, Ricardo Maia, participaram de uma mesa redonda na noite desta terça-feira, 18, sobre a medicina e o desenvolvimento de atividades na área de saúde na Paraíba.
Débora Cavalcanti afirmou que é a mulher médica é diferente do homem médico. Ela afirmou que as mulheres têm diversas obrigações além do trabalho, e destacou no Dia do Médico, a união da categoria em prol do desenvolvimento da área. “A classe médica nunca esteve tão unida quanto agora”, pontuou.
João Medeiros destacou as dificuldades enfrentadas pelos profissionais médicos que sofrem com aprecarização dos postos de trabalho, com falta de medicamentos e má estrutura. Ele pontuou que muitos profissionais lidam, ainda, com a má remuneração e são obrigados a ter mais de um emprego para se sustentar. Entretanto, ele afirmou que há um alto nível de qualificação dos médicos paraibanos e pontuou que o ensino e o exercício da medicina estão num ótimo grau de instrução.
Ricardo Maia disse que o planejamento de saúde e educação do país tem pecado pela pressa e improvisação, “temos problemas de financiamento e uma demanda que sufoca o poder público, lotando os hospitais e ambulatórios”, pontuou. Ele seguiu dizendo que há filas em todas as unidades de saúde e destacou, ainda, a demora na realização de exames pelo Sistema Único de Saúde. Maia considera a graduação em medicina muito resumida, “não é possível passar tudo que é necessário em um curso de seis anos, a residência médica tem a função de suprir a deficiência que sobra da academia, mas a situação é muito maior que isso”, disse.
O presidente da Academia Paraíbana de Medicina criticou o alto número de faculdades particulares de medicina e disse que isso criou um enorme desequilibrio entre os número de formandos e o número de vagas de residência. Ele informou que 1150 novos estudantes entrando nas escolas de medicina a cada ano, apenas na Paraíba.
João Medeiros reclamou da falta de concursos públicos com pagamento justos aos médicos, ele pontuou que a maioria dos profissionais se concentra nas grandes cidades, mas afirmou que há um médico para cada mil habitantes no Brasil. Logo, o que falta, segundo ele, é política pública que incentive o médico a estar num local mais afastado com garantias trabalhistas.
Tarcísio Campos complementou a resposta de João Medeiros destacando que as prefeituras precisam ofertar vagas em concurso, mas precisam ter Plano de Cargos, carreira e Remuneração para desenvolver seu trabalho sabendo que terão um bom salário e um valor garantido na aposentadoria, daí a muitos anos. “Nós temos que ter um caminho estabelecido para os profissionais, os municípios precisam fazer concursos que deem segurança aos médicos”, disse.
Créditos: Ívyna Souto – Polêmica Paraíba