Enfim, uma grande notícia

Rubens Nóbrega

Se tudo der certo, até o final de 2014 teremos, enfim, a primeira montadora de automóveis funcionando na Paraíba. A grande notícia foi dada ontem por este Jornal da Paraíba. O JP confirmou a instalação da fábrica na palavra autorizada de Breno Landim, gestor do Grupo Caoa, que tem DNA campinense graças ao seu fundador, Carlos Alberto de Oliveira Andrade.

O homem é filho deste solo e o único pai dessa criança, é bom esclarecer e registrar logo, “antes que um aventureiro lance mão”, como recomendaria o poeta. Tanto que Carlos Alberto estaria pessoalmente determinado a montar a fábrica em Campina Grande, sua terra natal, onde se iniciou como empresário em 1979, quando adquiriu a revenda Ford da cidade em circunstância inusitada.

Segundo apresentação acessível na capa do Portal Caoa na Internet, Carlos Alberto, então apenas um médico, comprou um Ford Landau na concessionária campinense, mas não pode receber o carro porque a empresa faliu. “Dr. Carlos Alberto propôs, então, que a revenda falida lhe fosse repassada para compensar o pagamento que ele fez pelo Landau. Dessa forma, passou a administrar a concessionária Ford, e fundou a Caoa. Em menos de seis anos, a Caoa tornou-se o maior revendedor Ford em toda a América Latina”, conta.

Sabia dessa história porque a ouvi do próprio Carlos Alberto quando ele a revelou em memorável entrevista ao saudoso Abimael Morais para a série ‘Perfis de Corpo Inteiro’, que virou livro. A entrevista aconteceu no terraço da casa do jornalista, no 13 de Maio, em João Pessoa. Não sei precisar o ano, mas sei que a Caoa já era então uma positiva referência de sucesso empresarial dentro e fora do Brasil.

Que venham os chineses!

Mesmo correndo o risco de imitar Galvão Bueno, não resisto e digo: “Que venham os chineses!”. Digo para significar que não há nenhum capitis diminutio (como gosta de dizer o também jornalista e empresário Marconi Góes) em sediarmos uma fábrica de carros que não são exatamente os preferidos em seu país de origem.

Dentro da China, os carros mais vendidos e comprados são os estrangeiros. Os próprios chineses reconheceriam que os carros feitos por eles ainda precisam melhorar muito para alcançar uma qualidade mediana. Mas isso deve ser superado com o tempo, aliado ao desenvolvimento e absorção de novas tecnologias.

E tanto melhor se vier pra cá uma fábrica da Great Wall, que teria os modelos mais bonitos e de maior aceitação entre todos os ‘Made in China’. Mais, inclusive, que os da Jac, que estaria com uma fábrica na bica para ser montada na Bahia. Bem, mas a Paraíba também pode ganhar uma fábrica da coreana Hyundai, que se apresenta como “a melhor do mundo”.

Chinesa, coreana ou japonesa, não importa. O importante é a Caoa trazer para o nosso Estado um investimento avaliado inicialmente em R$ 1,2 bilhão, capaz de gerar 20 mil empregos, além de criar e dinamizar um novo parque industrial, impulsionando toda uma cadeia produtiva (autopeças, acessórios, assistência técnica etc.) em torno e no entorno da montadora.

Quem primeiro falou…

Nadja Palitot, por sugestão de jornalista e publicitário Carlos Roberto de Oliveira, foi a primeira pessoa que vi e ouvi falando em trazer uma montadora de automóveis para a Pequenina.

Candidata a prefeita da Capital no já distante 1996, assessorada por Carlos Roberto, Nadja lançou a ideia como uma de suas bandeiras de campanha. Mas foi tão ridicularizada à época pelos adversários e seus esbirros midiáticos que arquivou rapidinho a proposta.

Ela não resistiu às reações jocosas e desrespeitosas dos que não têm respeito nem visão alguma, algo que viria a ser repetido em outra conjuntura por Avenzoar Arruda.

Candidato a prefeito de João Pessoa ou a governador da Paraíba, o ex-deputado defendeu o metrô para a cidade. Mais uma vez, adversários mesquinhos e de visão estreita atacaram impiedosamente uma boa proposta para todos nós.

O metrô idealizado por Avenzoar abriria os caminhos para um transporte de massa de qualidade e uma mobilidade urbana digna desse nome.

O colunista errou feio

Quando o TRE da Paraíba reprovou as contas 2010 de José Maranhão no dia 3 de abril passado, apressei-me em ‘tirar’ o ex-governador da disputa pela Prefeitura da Capital. Fiz uma coluna com o seguinte título: ‘Maranhão está fora’. Fiz baseado em resolução do próprio TSE, que voltou a exigir contas de campanha aprovadas como requisito para quitação eleitoral de qualquer candidato.

Mas o TRE refez ontem a sua decisão, recolocando Maranhão no jogo, pelo menos formalmente. Resta um porém, contudo. Resta saber se o Ministério Público Eleitoral não vai recorrer. Se recorrer, o maranhismo volta a protagonizar nova série de suspense político-eleitoral.