O presidente estadual do PT na Paraíba, Charliton Machado, comentou, em sua página em uma rede social, os protestos que tomaram as ruas de algumas cidades pelo país, com palavras de ordem contra o partido e, até mesmo, pedindo intervenção militar no país. Ele criticou o PSDB por fazer côro a estes protestos, alegando que o partido, com isso, perde a noção de “responsabilidade institucional e republicana”.
“O PSDB, mesmo sem as condições políticas e a legitimidade eleitoral para governar o país pelo voto, aposta todas as fichas, definitivamente, na agenda em defesa do impeachment de Dilma e em favor do clamor reacionário ao golpe ou intervenção militar”, diz.
Veja, a seguir, a íntegra da nota:
“AO DEFENDER O IMPEACHMENT DE DILMA E A INTERVENÇÃO MILITAR, O PSDB DECRETOU O FIM DO SEU PAPEL NA DEMOCRACIA BRASILEIRA
É lamentável que um partido como o PSDB que governou o Brasil entre os anos de 1995-2003, tenha perdido totalmente a noção da responsabilidade institucional e republicana.
Com a redemocratização “negociada” do país, a partir de 1985, o PT e o PSDB surgiram como projetos de viabilidade e modernização das tradições políticas pré-1964. Nesse cenário de mudanças, coube as candidaturas de Covas e Lula, já nas eleições presidenciais de 1989, demarcar o significado da renovação no campo da esquerda e centro-esquerda da política no Brasil.
Nos últimos 25 anos, PT e PSDB mudaram e era natural deduzir que ambas agremiações partidárias teriam amadurecido com as disputas proporcionadas por nossa jovem democracia. Pois, consolidaram alianças políticas e construíram governos (estaduais e federal) com pautas sociais/econômicas muito distintas, deixando para as gerações do presente e futuro, avanços e retrocessos.
E hoje, com muito, muito pesar mesmo, após 20 anos de uma disputa de perspectivas de projetos e tendo o PT como maior vitorioso, acompanhamos a direção travada pelo PSDB, que inspirado no modelo udenista, busca sobreviver e respirar como partido político derrotado no período pós-eleitoral.
Para finalizar, podemos apenas dizer que cansado de ser oposição (algo necessário na democracia), o PSDB, mesmo sem as condições políticas e a legitimidade eleitoral para governar o país pelo voto, aposta todas as fichas, definitivamente, na agenda em defesa do impeachment de Dilma e em favor do clamor reacionário ao golpe ou intervenção militar. O PSDB realmente decretou o seu próprio fim!
Charliton Machado”