Em defesa da orla

foto

Rubens Nóbrega

Cada vez mais, mais e mais moradores da Capital ocupam a imprensa ou redes sociais para manifestar preocupação e indignação diante da ocupação desordenada e predatória da orla. O Professor Raniery Abrantes, por exemplo, vem postando no twitter seguidos protestos contra a insegurança, constantes assaltos, furtos e acampamentos de mendigos e drogados em nossas praias.

Ao mesmo tempo, clama por providências e condena a omissão das autoridades diante de problemas que pelo tempo irresolvidos vão se aproximando velozmente do irreversível. Não quer dizer com isso – assim acredito – que o Professor esteja propondo soluções higienistas, do tipo empreendido pelo governo paulista em seu malogrado esforço para tirar as cracolândias das ruas e confinar os viciados em abrigos.

Raniery, também criativo poeta de extremada sensibilidade social, está no seu direito de reclamar, de cobrar e reivindicar o que tem como certo. E o faz com a autoridade de cidadão que o é em toda a sua plenitude, de contribuinte pagador de impostos que espera do poder público ações resolvedoras, partam elas da Prefeitura, do Ministério Público, da Capitania dos Portos ou do Patrimônio da União.

Se não der resultado nem jeito, não se admirem se o homem se queixar ao bispo, quer dizer a Dom Pagotto, líder espiritual e político da Diocese das Neves. Se o fizer, Raniery também estará no seu direito. Direito de católico devoto de Nossa Senhora dos Remédios, padroeira da Grande Sousa, onde fica Lastro, apelido com foros de nome oficial do Quartel dos Abrantes.

O apelo de Marcos Pires

Tanto quanto Raniery Abrantes, o brilhante e concorrido advogado Marcos Pires também joga no time dos defensores de uma orla tranquila, cheia de harmonia para uma fruição saudável por todos os nossos concidadãos. Homem ocupadíssimo, desses que despacham rapidinho os interlocutores desinteressantes, de modo a não perder tempo nem saliva, quando o assunto é praia o Super MP encontra brecha para escrever sobre os problemas do maior e mais importante espaço de lazer e turismo da Paraíba.

No último final de semana, ele aplicou-se em produzir e distribuir um texto bem articulado e construído sobre a questão. Melhor ainda: não se limita ao diagnóstico de mazelas. Oferece e propõe diversas alternativas de solução para cada nó, obstáculo, pedra, skate ou patim que ameace a integridade física ou a mobilidade de quem vai à praia caminhar, correr, tomar banho, andar de bicicleta ou dar um banho de sol no bebê.

Ainda esta semana – até domingo, estourando – pretendo compartilhar o artigo de MP com os leitores. Se não todo, pelo menos o essencial, pois o bicho é grande. Espero chamar a atenção de autoridades municipais, estaduais e federais para o escrito do Doutor Marcos, torcendo para que acatem e ponham em prática as propostas do advogado, algumas delas bem semelhantes àquelas recorrentemente apresentadas neste espaço. Faço assim porque boto muita fé no prestígio do Doutor, apostando nele para enfim remover indiferenças, destampar ouvidos importantes e descruzar braços poderosos.

Bandidos agem à vontade

Parece até que ‘perderam a graça’ os assaltos a agências bancárias e baterias de caixas eletrônicos, eventos de explosiva regularidade, literalmente falando, em nosso despoliciado e desprotegido interior.
Agora, os bandidos fazem a festa na Capital. Caso do bando liderado por um homem usando farda da Polícia Militar que invadiu o Itaú de Cruz das Armas na segunda à tarde, limpou o dinheiro dos caixas, dos clientes e fugiu com tranquilidade.

No dia seguinte, foi a vez de um shopping no centro de Campina, arrombado durante a madrugada por um grupo que rendeu o vigilante do estabelecimento, abriu caixas eletrônicos na base do maçarico e ainda deu baixa no estoque de duas lojas.

Já anteontem, dia de execução de mulher grávida sob semáforo na principal dos Bancários, Capital, e de fuzilamento de ex-presidiário na frente de mulher e filho, em Bayeux, foi assaltado um Pag Fácil – fácil, extremamente fácil – no José Américo.

Pra fechar o firo e não perder o costume, ladrões voltaram ontem de madrugada ao Bessa Shopping para arrombar caixas eletrônicos do Banco do Brasil, velho freguês dos assaltantes dessa modalidade, que em toda a história da Paraíba jamais agiram com tanta desenvoltura e facilidade.

Que crise coisa nenhuma!

Um ano e pouco depois de contratar por mais de R$ 20 milhões os serviços da Mixcred, empresa de Mogi Mirim (SP) especializada em cartões convênio (de compras), a Cagepa resolveu botar mais R$ 784 mil na conta da contratada e prorrogar o negócio por mais 12 meses.

O extrato do aditivo do milionário contrato foi publicado no Diário Oficial do Estado de terça-feira (7). Chamou a atenção pelo volume de dinheiro envolvido, investido justo por uma empresa que o Ricardus I diz ter encontrado em situação de miséria. Lembrando que esse pretenso miserê serviu de argumento para tomar R$ 150 milhões à Caixa Econômica Federal, grana a ser aplicada, em tese, no pagamento de dívidas contraídas junto a diversos outros bancos.