Nonato Guedes
O deputado federal Efraim Filho, do Democratas-PB, assegurou que o partido não terá dificuldades em se compor com uma eventual candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, à presidência da República no próximo ano. Depois de salientar os compromissos de Campos com a problemática nordestina, “que ele conhece de perto”, o parlamentar aludiu à aliança já formalizada na Paraíba entre o DEM e o PSB do governador Ricardo Coutinho. O presidente estadual do Democratas, ex-senador Efraim Moraes, ocupa a secretaria de Infraestrutura da administração socialista e tem renovado o compromisso de alinhamento com a candidatura do chefe do Executivo à reeleição.
Efraim Filho admitiu que o DEM, na última campanha no plano nacional, fechou com o PSDB, emprestando aval à candidatura do ex-ministro José Serra. “Mas, no plano estadual, fizemos uma aliança com o PSB e com o PSDB. O que eu quero dizer é que o Democratas está à vontade para apoiar uma virtual candidatura de Eduardo Campos, que pode, muito bem, ser a alternativa concreta para derrotar o PT nas eleições gerais de 2014”, enfatizou. A respeito da participação do DEM na chapa majoritária estadual, Efraim Filho observou que o assunto será discutido diretamente pelo ex-senador Efraim Moraes com o governador Ricardo Coutinho. Ele considera natural que outros partidos que compõem a base de sustentação do governador tenham interesse em participar da chapa, a exemplo do PSDB e do PSD. “Não temos atritos com esses partidos na Paraíba. O que tem que ocorrer é uma avaliação sobre o que é melhor para o conjunto de forças na definição de nomes à chapa majoritária”, sinalizou.
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O parlamentar fez coro às críticas do PSDB contra o governo da presidente Dilma Rousseff e quanto à deflagração antecipada da campanha pela sua reeleição ao Planalto. De acordo com ele, os movimentos ensaiados pela presidente Dilma Rousseff demonstram, claramente, que ela antecipou o processo eleitoral de forma subliminar, procurando valer-se indiretamente da máquina administrativa para fortalecer o projeto de continuísmo no Poder. “Os partidos de oposição estão atentos a esses movimentos, para verificar se eles configuram infrações legais, e não hesitarão em tomar providências legais necessárias caso fique explícita a desigualdade para a disputa presidencial”, advertiu. Ele acha que o governo federal tem apelado para promessas enganosas à opinião pública como estratégia para auferir votos e garantir uma estrutura razoável que favoreça as pretensões de Dilma Rousseff.
Para o deputado, o Partido dos Trabalhadores sofreu um desgaste acentuado em duas frentes: no plano ético-moral, com o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, de políticos envolvidos com o esquema do mensalão, “o maior escândalo de compra de votos de que já se teve notícia na história política brasileira”. Em outra frente, no campo administrativo, entende que não estão sendo cumpridas as promessas feitas pela presidente, no sentido de atender, por exemplo, a reivindicações da região Nordeste. E deu como exemplo o impasse em torno da execução das obras do projeto de transposição de águas do rio São Francisco. “Lamentavelmente, virou um projeto inacabado, que consumiu rios de dinheiro e sofreu sucessivas distorções, frustrando a expectativa de milhares de nordestinos em relação ao que chegou a ser anunciado como um sinal de redenção para o povo nordestino”, insinuou Efraim.
O parlamentar acha que a administração da presidente Dilma Rousseff está sem rumos e não consegue mais passar credibilidade no que diz respeito à execução de metas com as quais se comprometeu durante a campanha eleitoral. “O governo tem apelado para supostos pacotes de bondades, mas a opinião pública começa a se prevenir para os riscos de um estelionato político embutido em certas decisões que estão sendo anunciadas. E nós vamos manter a vigilância permanente, denunciando os abusos e as irregularidades que estão sendo praticadas”, concluiu.
