A 2ª edição da Semana do Estadual do Empreendedorismo – Empreenderama aconteceu na últimas segunda (29) e terça-feira (30) e reuniu, no Shopping Sebrae, em João Pessoa, palestrantes, empresários, estudantes e representantes do poder público para debater o empreendedorismo no pós-pandemia.
A ação foi uma iniciativa da Frente Parlamentar de Empreendedorismo e Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa, fruto da lei n° 11.436/2019, de autoria do deputado estadual Eduardo Carneiro, que conversou com o Paraíba Total sobre o assunto. Confira:
O que o motivou a propor a criação de uma data específica para o empreendedorismo em nosso estado?
O empreendedorismo é a base da nossa economia. Não podemos mais falar no fortalecimento da economia de um lugar sem pensar em ações que incentivem e fortaleçam os negócios, principalmente os pequenos. Sete em cada dez postos de trabalho no Brasil, de janeiro a agosto desse ano, foram gerados por pequenos negócios, segundo levantamento realizado pelo Sebrae, com base no Caged.
Por isso, o poder público precisa estar cada vez mais fomentando a consolidação das pequenas empresas, do microempreendedor. A Semana do Empreendedorismo nasceu com essa finalidade: ser mais um agente para contribuir com esse processo, difundindo informações, promovendo network, incentivando, criando oportunidades para que os empresários desse escopo possam se desenvolver.
Nesse caso, a sua proposta virou uma lei. Quer dizer que agora, nos mês de novembro, é preciso haver uma semana ou dias nessa semana para que essa proposta aconteça?
Exatamente. A Lei n° 11.436/2019 prevê que o poder público possa realizar ações diversas para debater o empreendedorismo no estado. Como presidente da Frente Parlamentar de Empreendedorismo e Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa, tenho reunido esforços, com parceiros muito comprometidos com o tema, para que as discussões aconteçam. A lei é de 2019. Realizamos a primeira edição ainda naquele ano. Em 2020, não pudemos executar, por conta da pandemia e, esse ano, retomamos a Empreenderama de forma enxuta, mas altamente produtiva. Mas, independente da minha condição de presidente da Frente, eu espero que essa ação se perdure, por isso, criamos a lei, para que, independente de grupo político ou de quem esteja em mandato, essa semana possa acontecer anualmente.
Sabemos que os parceiros são muito importantes para a concretização de eventos. O senhor citou os parceiros, que são?
Sim, sem dúvida. Os parceiros são mesmo fundamentais e, quem empreende, bem sabe disso. Nesta segunda edição contamos com apoios do Sebrae-PB, Governo do Estado, Prefeitura de João Pessoa, Assembleia Legislativa, Insa, Elegis, Empreender-PB, Programa Eu Posso, PaqTecPB e UFCG que abraçaram a Empreenderama com tanto carinho.
O tema do evento desse ano foi o desafio do empreendedorismo no pós-pandemia. Para o senhor, quais seriam os principais desafios para os pequenos empresários nesse período?
A pandemia trouxe uma série de desafios de ordem econômica para sociedade e o micro e pequeno empresário, sem sombra de dúvidas, foram os primeiros a sentir os impactos negativos dessa crise. Mas, por outro lado, percebemos que também são eles os primeiros a se recuperarem e a mostrarem o saldo positivo dessa retomada. Os números apresentados pelo Mapa de Empresas, levantamento feito pelo Sebrae que citei no início da entrevista, são uma prova disso.
Contudo, agora, que estamos caminhando para um pós-pandemia – tenho fé nisso! – vejo que investir e buscar a inovação é um caminho fundamental para esse momento. Os tempos pedem soluções cada vez mais ágeis e, quem consegue acompanhar esse ritmo, é beneficiado, sem sombra de dúvidas. Consegue se destacar e entregar ao mercado soluções para problemas que ele nem imaginava que tinha. Muitos negócios surgiram ou se fortaleceram em plena pandemia por isso.
E qual o papel do poder público nesse processo?
Acredito que o papel do poder público é seguir investindo em políticas públicas que fomentem ainda mais o empreendedorismo, incluindo capacitações, mas também ações que desburocratizem a abertura e o trâmite dos negócios no Brasil. Também defendo revisão da carga tributária. Os empreendedores pagam muitos impostos. Crescer com essa tributação que temos é um ato de resistência! Outro ponto fundamental é a educação. Precisamos cobrar dos gestores públicos que incluam a educação financeira como disciplina nas escolas. Isso irá promover o incentivo ao empreendedorismo e também ensinar a nossa população a lidar melhor com o dinheiro. Enfim, vejo que o poder público – membros do executivo, do legislativo e também do judiciário – precisam estar de mãos dadas e enxergar o empreendedorismo como uma força motriz para o desenvolvimento do nosso país.
Fonte: Paraíba Total
Créditos: Polêmica Paraíba