Análise

É só uma marolinha...! - Por Leandro Borba

O marasmo atual na política paraibana anda surpreendendo muita gente que costuma, assim como eu, cobrir o dia a dia de uma categoria naturalmente inflamada.

Em ano pré-eleitoral os processos costumam ser de acertos e conchavos e de nenhuma definição. Mas até pra indefinição costuma existir tumulto e movimento.

Analisando as cartas que já estão na mesa até agora, conseguimos ver que, na verdade, não existem cartas e muito menos mesa. Nenhum partido definiu nada com nada, as alianças em vigor são muito frágeis e não devem se sustentar até o ano que vem.

No jardim girassol parece haver consenso em torno do nome de João Azevedo, um técnico renomado que para muitas pessoas do clero do PSB, como o deputado Ricardo Barbosa, poderá fazer um governo até melhor que o de Ricardo Coutinho, caso seja eleito. Resta saber se esse discurso – eleitoreiro ou não – vai se manter se o nome de Azevedo não decolar nas pesquisas.

Na chamada “união das oposições” a coisa anda mais ‘tranquila’ do que nunca. Antes crítico ferrenho das andanças tucanas com o prefeito Cartaxo, Romero Rodrigues assinou um termo de paz temporária e já foi visto mais de uma vez conversando ao pé do ouvido de Luciano com o discurso unificado que a paz é o melhor caminho.

É tanta incerteza que, dentre os dois pré-candidatos pode acabar não havendo nenhum candidato e a cabeça de chapa sobrar no colo do senador Cássio Cunha Lima, que já se dispôs a não disputar nada em nome da unidade de grupo.

Estranheza também no discurso dos outros dois senadores, José Maranhão e Raimundo Lira, que até agora não sabem se vão ou se ficam, se são ou se não são. Entre fotos arranjadas para explicitar a união das oposições e possíveis convites para integrar a majoritária do Governo, o silêncio segue sendo a resposta acertadamente preferencial.

São muitos “ou” “se” e “talvez” pra cravar alguma coisa agora. A grande verdade é que a única certeza é que tudo não é apenas uma marola e que ao contrário do diz o ditado, depois da bonança vem a tempestade.
Créditos: Leandro Borba – Polêmica Paraíba