E se os filhos de Campina se unissem?

Veneziano-e-Cassio

Sérgio Botêlho

Ronaldo Pordeus, amigo do Facebook, lança uma sentença como resposta ao artigo de ontem aqui no botelhonoticias.blogspost.com.br. No artigo eu estimulava o debate: “Como derrotar Ricardo? Eis a questão”.
Sentenciou Pordeus: “é só unir os Filhos de Campina Grande, Cássio e vané, simples!!”. Certamente, Ronaldo estava se referido a Vené, apelido dado pelos campinenses ao ex-prefeito Veneziano Vital do Rego.
Não é apenas Ronaldo Pordeus, trezeano juramentado, assim como Veneziano e Cássio Cunha Lima, que torce por uma união dos líderes de Campina Grande para a difícil disputa pelo governo da Paraíba nas eleições deste ano: a maioria dos campinenses pensa assim.
Em Brasília, por exemplo, o ex-secretário de Finanças da Paraíba, Levy Leite, atualmente, assessor da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, não sonha e nem fala em outra coisa que não a unidade dos campinenses numa chapa para o governo estadual.
Unir Veneziano (e Vital, por consequência) e Cássio Cunha Lima numa chapa única, porém, não é tarefa fácil. (Seria importante, ainda, juntar aos dois os irmãos Ribeiro, Aguinaldo, atualmente ministro das Cidades, e Daniela, deputada estadual).
Pois bem. Concentrar essa turma toda numa única chapa para o governo estadual é tarefa das mais complicadas. Começa por conta dos projetos políticos nacionais que os divide, e termina pela disputa histórica que eles mantém entre si pela hegemonia campinense e paraibana.
Para que Vené e Cássio se unissem seria preciso, primeiro, que o PMDB paraibano rompesse com o governo Dilma, e com a orientação do partido nacionalmente. Isso facilitaria o enquadramento de Veneziano na mesma trincheira da luta de Cássio.
Cássio peleja pela formação do palanque tucano na Paraíba, e não há a menor possibilidade de ele romper com a candidatura de seu próprio partido à Presidência da República, no caso a do senador mineiro Aécio Neves. Portanto, Vené é que teria de mudar de posição.
Nada indica, contudo, que os Ribeiro, do PP, tenham a intenção de romper também com o governo Dilma. Aguinaldo pode ser considerado um dos ministros mais prestigiados pela presidente, apesar do contencioso das emendas 2013 não empenhadas pelo seu ministério.
Mesmo que tudo isto fosse resolvido, e, ainda, que apenas Veneziano, Vital e Cássio se unissem (o bastante para arrebatar à guerra mais de 70% do eleitorado da cidade), quem iria para a cabeça de chapa?

Porém, é preciso ser dito que entre Vital e Cássio, no Senado, não reina qualquer tipo de animosidade digna de registro. Diferentemente disto, há até sinais de colaboração e amparo entre eles, na atividade parlamentar. Ou seja: os canais são muito aberto. Bem como entre estes e Aguinaldo Ribeiro.

Enfim, e ao cabo, se esta união findasse consolidada, depois de vencer as dificuldades reais, e bem consideráveis, da natural disputa entre eles por espaço político, seria uma chapa para balançar o favoritismo de Ricardo. Isto, seria!