Um falso mandado de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se espalhou pelas redes sociais e aplicativos de mensagens na tarde de sexta-feira (26). O documento adulterado é uma versão bastante fiel de outras ordens de prisão expedidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, onde atua o juiz Sergio Moro, que condenou Lula em primeira instância. A falsa ordem de prisão tem circulado, sobretudo, em grupos de WhatsApp.
O próprio juiz Moro determinou nesta sexta-feira (26) que fosse feito um desmentido sobre a ordem de prisão, que não foi dada. No falso mandado judicial, atribuído a Moro, o juiz manda “qualquer autoridade policial a quem este documento for apresentado (…) que em seu cumprimento, prendam e recolham a prisão a pessoa conhecida por Luiz Inácio Lula da Silva, vulgo “Lula”, brasileiro, aposentado, viúvo”. O documento cita ainda um processo judicial referente à 7ª Fase da Lava-Jato (mas que não teve ordem de prisão contra o ex-presidente). A falsa ordem determina que a Polícia Federal tome “os devidos cuidados” para preservar a imagem do acusado a ser preso e que “deve evitar o uso de algemas”.
Apesar do timbre da Justiça Federal e da aparência realista do “documento”, existem alguns erros grosseiros no fake. Um deles é o local de nascimento de Lula: o falso mandado de prisão fala que o ex-presidente nasceu em Caetés (PE), quando Lula nasceu em Garanhuns (também em Pernambuco). A data de nascimento mencionada (27/02/1945) também está errada (o ex-presidente nasceu em 27/10/1945). E, por fim, a assinatura de Sergio Moro é física, feita à caneta. Na realidade, a 13ª Vara Federal de Curitiba usa assinatura digital.
Caberá a Moro, aliás, ordenar a prisão de Lula, caso não sejam acatados recursos judiciais do ex-presidente contra o acórdão que o condenou a 12 anos e um mês de reclusão, no dia 24. A decisão foi tomada por três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em segunda instância, e ampliou a condenação determinada por Moro em 2017, que era de nove anos de prisão.
Fonte: Gaucha ZH
Créditos: Gaucha ZH