É bom lembrar: Nonato já foi aliado de Maranhão

Paulo Santos

Certo ou errado, unidos ou divididos, avançando ou dando marcha a ré, nomeando ou demitindo, bem ou mal humorado, com ou sem Coletivo, é inegável que o esquema do governador Ricardo Coutinho conseguiu monopolizar o noticiário político dos últimos dias e colocou no limbo, pelo menos por enquanto, o agrupamento da oposição.

Se os discípulos de Ricardo Coutinho vão ou não continuar nessa marcha batida não se sabe, mas o que parece ser não é, ou seja, tem-se impressão de que tudo vai ruim na seara oficial, porém o pouco que se sabe pode ser uma cortina de fumaça.

Não que o condomínio político oficial não esteja com problemas. É um fato. E muitos outros podem estar vindo por aí, sobretudo diante desse possível confronto entre o PSB e o PPS, duas legendas que até há pouco eram minúsculas diante do distinto público e agora tentam se agigantar diante de gigantes como PSDB, PMDB e PT.

Muitos observadores que previam a pré-candidatura de Nonato Bandeira (PPS) como algo irrealizável, em confronto com a de Estelizabel Bezerra (PPS), hoje têm quase certeza de que os dois podem estar desfilando na preferência do Palácio da Redenção.

Há até quem faça análises mostrando que um dos candidatos de oposição – o ex-governador José Maranhão – sempre teve Bandeira na sua melhor conta desde que o jornalista coordenou uma de suas campanhas. Zé, inclusive, o tinha como a melhor opção para vice de Ricardo Coutinho em 2008 se o nome escolhido não fosse do PMDB. Mas a escolha recaiu em Agra.

É possível que esse condomínio, ao admitir uma candidatura do PPS à Prefeitura de João Pessoa, tenha problemas quando algum dos seus membros atravessar a divisa da Paraíba com Pernambuco. Ali, na Capital pern ambucana, está a cabeça do PPS com o deputado Roberto Freire, adversário irremediável do Planalto, mas também está a do governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, que dorme e acorda sonhando com o dia em que entrará no Planalto como vice de Dilma Roussef em 2014.

Campos atua como uma espécie de vice-rei do Nordeste e tenta asfaltar o caminho para Brasília. Não admite o fortalecimento de qualquer célula do PPS aqui ou alhures. É mais um componente que corrói a pré-candidatura de Nonato Bandeira. A chuteira do PPS ficaria melhor nos pés do deputado Janduhy Carneiro.

Pode ser que a corda de Nonato Bandeira esteja sendo esticada com o PSB e quando arrebentar o faça cair nos braços de Maranhão. Dos males o menor. O PMDB causaria sério desfalque no condomínio oficial e, de quebra, receberia o pomo da discórdia com o PSB. É só esperar.