Dom Aldo anuncia cartilha para orientar o eleitor

O arcebispo metropolitano da Paraíba, Dom Aldo Pagotto informou que até agosto a Arquidiocese vai publicizar a cartilha contendo opiniões sobre problemas que devem merecer atenção dos candidatos a prefeito e, ao mesmo tempo, orientando o eleitor acerca da opção por projetos comprometidos com a ética e com as políticas públicas efetivas. Demonstrando preocupação com o baixo nível da pré-campanha, principalmente com atitudes de escárnio e deboche em certas intervenções que têm sido feitas por protagonistas do processo eleitoral, Dom Aldo foi enfático: “Esse tipo de comportamento já está saturado. Chega de pilhéria, de gozações. A realidade é grave e desafiadora e exige seriedade e respeito com a sociedade”, desabafou o religioso.

Dom Aldo ressaltou que, ao contrário de disputas anteriores, nas eleições deste ano a Igreja não pretende promover debates com os postulantes que forem registrados na Justiça Eleitoral. Entende que não é de bom tom investir nessa tática, tendo em vista que as entidades da sociedade civil e as redes sociais de comunicação têm potencial para suprir a carência de esclarecimentos mais nítidos sobre temas polêmicos que estão em evidência na corrida por cargos eletivos.
A respeito da cartilha, salientou que ela terá um caráter “expletivo”, enfocando prioridades que devem ser levadas em contas e assumidas como compromissos para a melhoria das condições de vida do povo, em especial dos setores marginalizados. “A cartilha pode não ensejar grandes mudanças estruturais, mas certamente influenciará na visão crítica que a sociedade precisa ter diante das urgências que estão postas para o enfrentamento. A polêmica em torno da legalização do aborto será enfocada, do ponto de vista da doutrina da Igreja, mas, de uma forma geral, o que nos cabe é estimular a reflexão envolvendo temas pontuais e temas gerais, para que o cidadão comum possa aprofundar o grau de discernimento nas discussões da ordem do dia”.
O arcebispo preconiza que haja debate de soluções para a Saúde, a Educação, a geração de renda e o avanço da Cidadania, não apenas nas ações públicas do governo do Estado, mas, também, nas estratégias administrativas das cidades, que devem ser encaradas como a base legítima da Federação. Ele receia que haja um desvirtuamento no confronto de ideias e manifestações, colocando-se em segundo plano as demandas essenciais. Se isto acontecer, observa, será um reducionismo no processo político, equivalente a um retrocesso inadmissível em contraste com as conquistas verdadeiramente fundamentais para o desenvolvimento social da Paraíba e a emancipação dos seus habitantes.
Dom Aldo Pagotto sugere que os candidatos, independente de siglas partidárias, façam uma reflexão sincera sobre os compromissos públicos que devem assumir. Isto funcionaria, a seu ver, como antídoto para o próprio desgaste que afeta as instituições democráticas, estimulando o processo de descrença, “o que não é bom para o crescimento espiritual das pessoas”. A Igreja, finalizou, não interfere na livre expressão, mas não é omissa na defesa dos seus postulados éticos e morais, indispensáveis para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Do Blog com Portal Lana Caprina