Lena Guimarães
Por mais que um caia no gosto popular, é certo que teremos dois turnos nas eleições deste ano, em caso de confirmadas as candidaturas de Ricardo Coutinho, Cássio Cunha Lima e Veneziano Vital do Rêgo. A possibilidade de turno único estaria em dois deles se unirem contra o terceiro, desequilibrando a disputa, mas até agora nada aponta para esse caminho.

A eleição deste ano mostra semelhanças com a de 1990, quando foram candidatos um ex-governador que liderava todas as pesquisas (Wilson Braga), um candidato apoiado pelo governador, já que a lei não permitia que Tarcísio Burity tentasse a reeleição (João Agripino), e um ex-prefeito de Campina Grande (Ronaldo Cunha Lima). Por fora corriam os nome do PT (Genival Veloso de Franca) e do PDC (Juracy Palhano).

 Naquele ano as pesquisas apontavam Wilson Braga como eleito no primeiro turno. Nas urnas obteve apenas 43,37% e Ronaldo venceu o segundo turno com 50,18% dos votos. Foi páreo duro.

De lá para cá só não tivemos dois turnos em 1998, quando passou a vigorar a lei que permite reeleição e José Maranhão somou 80,72% dos votos, batendo quatro adversários – Gilvan Freire, José Valadares, Pastor César e Marcelino Rodrigues.

Em 1994 tivemos cinco candidatos, e Antonio Mariz venceu Lúcia Braga no segundo turno. Em 2002 foi a vez de Cássio enfrentar quatro e derrotar Roberto Paulino na prorrogação, repetindo o feito em 2006 contra seis opositores, sendo o principal José Maranhão. Em 2010 foram seis os postulantes ao governo, e Ricardo Coutinho foi o vitorioso com 53,7%.

Neste 2014, nenhum dos candidatos pode ser subestimado. Ricardo está no poder e ancorará seu discurso nas obras. Já confirmou aliança com três partidos (PSD, PT do B e PSL). Ex-governador e senador, Cássio Cunha Lima já atraiu o PEN e o PPS, pretende reunir antigos aliados e espera ser o antagonista do governador. Já o ex-prefeito Veneziano Vital do Rêgo dialoga com PR, PT, PSC e PP, e se conseguir viabilizar essa coligação, terá o maior tempo de propaganda no rádio e na TV. Vai se apresentar como a alternativa aos estilos de governar dos seus opositores.

Os três têm partidos bem posicionados nos municípios e contarão com boas estruturas de campanha. Vão dividir as atenções e os votos. Por isso a questão não é se haverá segundo turno, mas com quem será.

 

 

 

TORPEDO

Nós conclamamos a população, neste período de festas, de brincadeira, como é o Carnaval, para que a gente possa ter a responsabilidade para sair com a vida preservada.

 

Do ministro Aguinaldo Ribeiro, ao lançar nova campanha, voltada para os foliões, alertando para a combinação de álcool e direção.

 

 

 

Nova estratégia

Os presidente e lideranças do bloco PT, PP e PSC vão se reunir, hoje, para analisar o novo cenário político paraibano e redefinir estratégia para as eleições. A candidatura única das oposições, que inclui PMDB, estará em pauta.

 

Consulta tucana

O presidente do PTC, Neto Franca rotulou o calendário de atividades do PSDB de “festival de enganação”. Vê a consulta sobre a candidatura apenas como “pano de fundo” para uma decisão que cabe exclusivamente a Cássio.

 

Estilos

No ‘Rede Debate’, da RCTV, o secretario Luis Torres (Comunicação) disse que, neste ano, o paraibano vai escolher entre quem quer o poder pelo poder e quem quer o poder para trabalhar. Enquadrava Cássio e Ricardo, é claro.

 

Território

E Ricardo não dá trégua. Voltará hoje a Campina Grande, terra de Cássio e Veneziano, para entregar  mais de R$ 500 mil em créditos do Empreender PB aos comerciantes vítimas do incêndio do dia 9 no shopping popular Edson Diniz.

 

 

 

ZIGUE-ZAGUE

+ Willian Tejo Filho acatou a recomendação do PSDB e pediu demissão da diretoria Administrativa da PBTur, mas não foi seguido por outros próximos aos tucanos.

+ Os também diretores Temi Cabral (Marketing) e Antônio Alcântara (Centro de Convenções), assim como Zé Marcos (Esportes) foram confirmados nos cargos.

 

 

 

Vitória dos Procuradores

Foi por unanimidade que o Tribunal de Justiça decidiu pela inconstitucionalidade do artigo 26 da Lei complementar 87/2008, que permitia a existência de um órgão paralelo à Procuradoria Geral do Estado, na estrutura da Polícia Militar. A Aspas – a associação dos procuradores de carreira,  presidida por Sany Japiassu,  entrou com a ação, reclamando que o órgão usurpava atribuições exclusivas dos procuradores de carreira, que estavam sendo exercidas por ocupantes de cargos em comissão, criados para esse fim. A corte aceitou os argumentos e seguiu o voto do relator, o desembargador José Ricardo Porto.

 

 

 

PONTO FINAL

Na sessão de ontem do STF, cinco ministros votaram nos embargos infringentes do Mensalão, que podem alterar as penas de 12 réus condenados por formação de quadrilha. O relator, Luiz Fux defendeu a penalidade, mas Luiz Roberto Barroso votou pela revisão, e foi seguido por Rosa Weber, Carmem Lucia e Ricardo Lewandovski. Faltam seis votos.