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Disputa judicial esvazia lojas 'O Boticário' na capital paraibana

Sete unidades já foram fechadas e estoques de produtos não estão sendo repostos na maioria das outras lojas

Lojas estão com prateleiras vazias na Capital

Uma disputa judicial entre O Boticário e o franqueado em João Pessoa está provocando fechamento de lojas, falta de produtos nas prateleiras, atraso de salários e férias e demissão de funcionários. Sete lojas já foram fechadas e a unidade de vendas diretas foi desativada. E não devem parar por aí, porque os estoques de produtos não estão sendo repostos na maioria das outras lojas do franqueado, num total de 10 lojas.

De acordo com publicação do Correio Online, baseada em apuração junto a ex-funcionários – que pediram sigilo nos nomes, porque estão com ações na Justiça do Trabalho contra o franqueado -, o litígio ocorreu quando o dono da franquia, Douglas Nunes, teria procurado a direção nacional do grupo para negociar a devolução da franquia, pois não estaria mais interessado em ser revendedor dos produtos.

As negociações teriam sido iniciadas, mas esbarraram nos valores de devolução e outras exigência do empresário. Como não houve acordo, o grupo deixou de fornecer produtos ao franqueado de João Pessoa. Douglas Nunes então entrou na Justiça para conseguir comprar mercadorias, o que acabou acontecendo, mas por meio de uma liminar e com pagamento à vista.

A partir de então, as lojas instaladas na capital paraibana começaram a não ter uma série de linhas de produtos, pois os estoques começaram a não serem repostos. A partir de então, o empresário deu início ao fechamento de lojas e demitir funcionários. Mais de 50 pessoas já teriam sido desligadas da franquia, muitas delas sem ter recebido qualquer tipo de indenização.

A franquia tem ainda cerca de 100 funcionários, mas o clima, conforme a reportagem apurou, é de desespero. O salário de dezembro, o 13º e até as férias estão atrasados; o vale-refeição foi cortado; e o vale-transporte só foi normalizado na última segunda-feira. Muitos ex e funcionários já ingressaram com ações na Justiça. Há receio de alguns pais de serem presos, por estarem com as pensões alimentícias atrasadas.

Sem produtos nas prateleiras

Encontrar um perfume, creme hidratante, sabonete ou até mesmo um batom transformou-se num verdadeiro tormento para os consumidores que gostam da marca O Boticário. Desde pelo menos meados do segundo semestre do ano passado, a dificuldade para comprar um item nas diversas lojas espalhadas por João Pessoa e Cabedelo só tem sido agravada. Diversas pessoas relatam seus sufocos e os funcionários que ainda restam nas unidades da marca só sabem afirmar que os produtos “vão chegar esta semana”.

Os comentários – que não foram confirmados ou desmentidos pela assessoria de O Boticário em João Pessoa – dão conta de que o gerente responsável pelas lojas está num processo litigioso contra a fabricante da marca. Tudo começou porque o gerente quis repassar a franquia, mas o valor cobrado pela fabricante foi considerado exorbitante. Dessa forma, a disputa judicial fez com que o gerente tivesse de pagar à vista pelos pedidos feitos desde então, dificultando o abastecimento das unidades.

Além de prejudicar os consumidores, cujas opções ficaram bastante restritas – só quem optou pelas compras online ou se disponibilizou a ir a cidades da Grande João Pessoa, a exemplo de Santa Rita e Bayeux, conseguiu adquirir algum produto –, os funcionários também são penalizados. Desde o ano passado, pelo menos 50 podem ter sido demitidos, conforme estimativa de uma fonte que preferiu não se identificar. Além disso, salários, férias e 13º salários estão atrasados, comprometendo a renda familiar dos funcionários e, inclusive, atrasando pensões alimentícias.

As unidades do Boticário localizadas na Avenida Duque de Caxias e no Mag Shopping foram reabastecidas com produtos na semana passada. No entanto, diversas lojas foram fechadas, a exemplo das localizadas na Avenida Getúlio Vargas, Centro, e na Avenida Josefa Taveira, em Mangabeira, e os quiosques do Shopping Sul.

A loja da Avenida Getúlio Vargas, inclusive, já está em processo de desmonte, mas ainda permanece com a fachada que identifica o nome da loja. Os funcionários que estão desmontando a loja, no entanto, não quiseram dar mais informações à reportagem.

Posicionamento oficial

Por meio da assessoria de imprensa, o grupo O Boticário, que tem mais de 900 franqueados espalhados pelo país, se pronunciou acerca dos casos das lojas de João Pessoa e Cabedelo. Em nota oficial, afirmou tratar-se de uma “situação pontual que está sob análise do Poder Judiciário. Em respeito aos termos do contrato, à rede de franqueados e ao Judiciário, o grupo Boticário não comenta casos que estejam em discussão na Justiça”.

Lojas abertas

▶ Tambiá Shopping

▶ Extra BR

▶ MagShopping

▶ Shopping Sul

▶ Mangageira II

▶ Duque da Caixas

▶ Carrefour BR

▶ Carrefour Bancários

▶ Cabedelo

▶ Shopping Tambiá (quiosque)

Lojas fechadas

▶ Getúlio Vargas

▶ Mangabeira I

▶ Cruz das Armas

▶ Geise

▶ Híper (quiosque)

▶ Sebrae (quiosque)

▶ Venda direta
Créditos: Portal Correio