Dirigente confirma: Cartaxo conclui gestão

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Nonato Guedes

Integrante do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores, Valter Pomar, que esteve em João Pessoa para um evento da legenda: o prefeito da capital paraibana, Luciano Cartaxo, deve concluir o mandato e ser candidato à reeleição em 2016. Em conseqüência, está descartada a possibilidade de Luciano ser candidato ao governo do Estado em 2014, o que não significa que o PT não venha a ter postulante próprio ao Palácio da Redenção, dentro da filosofia da retomada do protagonismo político que foi testada com êxito na campanha de 2012. Secretário executivo do Foro petista de São Paulo, Pomar revelou que é importante para a legenda que o alcaide conclua o ciclo administrativo à frente da prefeitura, conforme noticia, hoje, em sua edição, o “Jornal da Paraíba”, em matéria assinada por Larissa Claro.

Luciano está se preparando para recepcionar, amanhã, a presidente Dilma Rousseff, que vem pela primeira vez ao Estado e vai inaugurar unidades de um conjunto habitacional iniciado na gestão Luciano Agra e que está sendo finalizado por Cartaxo. Valter Pomar deixou claro que setores e indivíduos que divergiram da candidatura de Cartaxo dentro do PT dentro do PT foram derrotados no último pleito. Ele não sinalizou, entretanto, quanto a eventuais represálias contra os dissidentes que chegaram a defender a aliança com o PSB, entre os quais o deputado federal Luiz Couto e o superintendente do Sebrae, Júlio Rafael. Considerou, mesmo, que as divergências foram irrelevantes e fazem parte da vida partidária, embora tenham se constituído em equívoco. Admitiu que o PT paraibano não estava entre as principais forças políticas, na avaliação da cúpula nacional, em virtude das dissensões. Mas admitiu que no cômputo geral a vitória de Cartaxo acabou sendo importante, porque alavancou o Partido dos Trabalhadores para uma posição valorizada no contexto das forças ativas do Estado.

No que diz respeito ao lançamento de candidatura própria ao governo em 2014, Pomar transfere a responsabilidade da decisão ao comando estadual. “O PT tem o direito e o dever de se colocar como alternativa de governo para o Estado. Pessoalmente, entendo que ele deva ter candidatura própria, até por questão estratégica, uma vez que o PSB terá candidato a presidente da República, e, nesse caso, é fundamental estratificar bases de apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff”.  Pomar também assegurou que o senador Lindbergh Farias será candidato natural do PT ao governo do Estado do Rio. “Entre os nomes colocados até agora, ele é o que tem mais apelo popular”, diagnosticou.

O dirigente nacional petista esteve na Paraíba no final de fevereiro, dentro do cronograma de ações para as comemorações dos 33 anos do Partido e dos 10 anos de PT no governo federal. A chegada do partido ao governo, na sua avaliação, foi a principal mudança verificada no âmbito petista desde a sua fundação. “Com isto, aumentou muito a possibilidade de implementarmos políticas que o PT defende. Temos uma participação significativa no governo com a presidente Dilma e com as duas gestões do ex-presidente Lula”, pontuou ele. Mas Pomar considera que apesar da grande influência no governo federal, a presença do partido em outros organismos da Federação ainda é pequena. “No Legislativo, por exemplo, a participação do PT e da esquerda em geral ainda é muito baixa. Não temos maioria congressual, o que limita a capacidade de fazer mudanças pretendidas”. Na prática, o PT tem que se valer de uma coalizão, cuja expressão relevante é o PMDB, que tem um filiado ilustre, Michel Temer, como vice-presidente de Dilma Rousseff. A presidente, inclusive, prestigiou nos últimos dias lideranças de proa do PMDB no cenário nacional e reiterou a disposição de contar com a permanência de Michel Temer na chapa para a reeleição.