(Professor Jônatas Frazão)
O que tem a ver a candidatura a deputado estadual de Dinaldo Filho, que é filho do ex-deputado estadual Dinaldo Wanderley, da região de Patos, com a desistência do senador Cássio Cunha Lima de disputar o Governo do Estado em 2014? Tudo. Porém, é apenas uma das muitas indicações que apontam que Cássio ficará em Brasília mesmo, no ano que vem.
É que, coincidentemente um dia após Dinaldo Wanderley conversar com Cássio, anunciou que, em 2014, o candidato da família à Assembleia Legislativa da Paraíba será o seu filho e não ele próprio; Mas porque? Porque Dinaldo passa pela mesma situação de Cássio: uma dúvida jurídica que ameaça a sua condição de elegível para encarar a disputa.
É claro que são condenações distintas – as duas de Cássio e a de Dinaldo. A Via Cruscis de Dinaldo vem desde 2010. Barrado pela Justiça, ele não teve os votos computados na disputa pela reeleição de deputado estadual em 2010. Ele, no entanto, argumentava que houve apenas um erro contábil em sua prestação de contas como ex-prefeito de Patos, mas não convenceu a corte.
Dinaldo foi condenado pela Justiça Federal por improbidade administrativa quando prefeito de Patos. De acordo com a denúncia, os procedimentos licitatórios referentes à execução das obras dos mencionados convênios foram realizados com o propósito de justificar gastos e o desvio de verbas públicas, sem observância das formalidades legais e favorecendo uma empresa, a AGL Construções Ltda.
Já os casos de Cássio são diferentes. Ele tem duas condenações – os cheques da FAC e o Jornal A União. Nestes casos, a confusão jurídica é, em muitas vezes, até incentivada por advogados ligados ao próprio tucano, com o objetivo de ‘baldear’ as definições políticas para 2014, criando no imaginário coletivo a sensação de Cássio pode, sim, entrar na disputa. Não entra porque não quer…
Cássio tem desempenhado bem o seu mandato de Senador em Brasília, conquistando espaços nacionalmente, sobretudo junto ao seu partido, o PSDB. Isso o tem colocado como peça importante na disputa presidencial. Tanto que já foi alçado à condição de homem forte de Aécio, ou “braço direito” do pré-candidato tucano à Presidência da República, como tem muito bem colocado a mídia nacional.
Para Cássio, atualmente, melhor é ficar em Brasília, cuidar da candidatura de Aécio e, porque não, participar ativamente da disputa na Paraíba, mas sem se candidatar. Neste aspecto, a tendência maior é a manutenção da aliança com o atual governador, Ricardo Coutinho, provável candidato à reeleição.
Mas, em se tratando de política, e com as trocas de amabilidades ocorridas entre os dois e entre assessores dos dois ultimamente, nem é bom apostar agora…
*professor aposentado da UFPB. Este comentário também está publicado no meu Facebook