DILMA PEGA O PLANO INCLINADO

Gilvan Freire

Não seria fácil compreender-se o momento político que o país vive hoje conciliando o elevado grau de insatisfação do povo contra a gestão pública em todos os níveis e os índices de aprovação de governos estaduais e do governo da presidente Dilma. Especialistas estão debruçados sobre essa questão porque é muito contraditório que o governo dela seja razoável, para o povo, mas seu carisma político esteja beirando o abismo como candidata a reeleição.

A rigor, Dilma não tem ainda um concorrente a sua altura, pois como presidente do Brasil e protagonista principal do cenário nacional e internacional ela parece abaixo só de Lula. Se bem que Lula com suas fanfarrices não está mais subindo ladeira nenhuma, sendo rigorosamente certo que ele atrai para si os efeitos da macumba que a população coloca no terreiro do PT e pega irremediavelmente em sua bruxa-fada Dilma, que precisa ser exorcizada por todos os sacerdotes petistas do país, inclusive Luiz Couto, na Paraíba, que também precisa lavar sua alma em água benta para poder sair do purgatório onde Ricardo Coutinho o colocou por conta de suas dubiedades clericais.

 

SE DILMA É LULA E OS DOIS SÃO A MESMA PESSOA, O BRASIL, LULA E DILMA SÃO ENTIDADES DISTINTAS, os três ainda mais diferenciados do PT, agremiação social que ensinou o país a não combater a corrupção – e destruiu as esperanças do povo num processo de reeducação dos costumes políticos. Ou seja, Dilma, Lula e o PT são assemelhados, mas o povo brasileiro não quer semelhança com eles.

 

É claro que a base eleitoral de Dilma integra a base social de sustentação de seu governo, fixada nos programas de uma inclusão social que afasta a miséria, em parte, mas não elimina a pobreza, e cria dependentes do pão-e-circo, o mais perverso movimento de exclusão do pensamento crítico do cidadão que o Brasil já teve em qualquer tempo.

 

Mas o enjoo do povo está chegando ao limite do suportável, porque há uma sensação de que Dilma, Lula e o PT usam a população para fins indevidos, moralmente inaceitáveis, e o único projeto deles é a apropriação do poder para garantir o continuísmo de um grupo de espertalhões que, ao contrário de Robin Hood, tiram dos pobres para alimentar hordas de malfeitores.

 

EMBORA A SOCIEDADE BRASILEIRA NÃO TENHA IDENTIFICADO ATÉ AGORA UM LÍDER NACIONAL CAPAZ DE GALVANIZAR A OPINIÃO PÚBLICA PARA UMA VIRADA POLÍTICA DE GRANDE PROPORÇÃO, suficiente para varrer do mapa esses grupos que se encastelam no poder com o ânimo de eternizar-se nele, parece que o sentimento de mudança está ficando maior do que qualquer candidatura. Ou seja, Dilma, Lula e o PT vão cair de podres, e não exatamente porque haja alguém capaz de destroná-los. Aécio Neves e Eduardo Campos não são, neste momento, os melhores candidatos à presidência da república, são, sim, instrumentos da revolta popular contra os abusos e desvios de poder político que parecem querer brincar com a paciência do eleitor.