Wilson Tosta, Estadão
Em seu primeiro encontro com o papa Francisco no Vaticano após a Jornada Mundial da Juventude de 2013, a presidente Dilma Rousseff fez ao pontífice um convite oficial para assistir a um jogo da Copa do Mundo de 2014, que já anunciara publicamente – mas não obteve sucesso.
Apesar do tom descontraído da conversa, segundo sua descrição, Dilma não conseguiu obter do Santo Padre, argentino e torcedor apaixonado do time de futebol do San Lorenzo, mais do que a promessa de uma mensagem aos participantes do evento, provavelmente centrada em temas como a paz e o combate ao racismo.
Foi embora sem a confirmação da presença do convidado ilustre, mas apenas após fazer um pedido especial ao Vigário de Cristo: que fique neutro na disputa esportiva.
“Eu vim dizer para o Santo Papa (sic) que vamos uma Copa com um tema muito importante”, declarou a presidente. “O tema é: uma Copa pela paz, uma Copa contra o racismo. E, primeiro, obviamente, convidá-lo e, sobretudo, pedir uma mensagem dele sobre esse posicionamento da Copa no Brasil, que é a Copa das Copas. A única coisa que pedi é que a neutralidade fosse mantida por parte do Santo Padre, e assim a mão de Deus não empurrasse a bola de ninguém”, declarou, em tom de brincadeira, em alusão ao gol de mão de Diego Maradona na Copa de 1986, no jogo Argentina e Inglaterra.