Entenda as origens dessa insólita tradição
No México, a morte é motivo de farra. O Día de Muertos, celebrado entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro, foi criado em homenagem aos mortos, mas é uma das festas mais alegres do mundo.
Suas origens são anteriores à chegada dos espanhóis em solos mexicanos, com relatos de povos náuatles (astecas), maias, tarascanos e totonacas celebrando os seus mortos há, no mínimo, três mil anos. A festa acontecia no nono mês do calendário solar asteca e era celebrado por um mês completo.
Sincretismo
Mortos estavam no centro da religiosidade mesoamericana. Os povos da região faziam amplo uso de sacrifícios humanos para aplacar a fúria dos deuses. Crânios eram guardados como troféus e o motivo aparecia nos templos e em estátuas do deus da morte.
O Día de Muertos conhecido hoje foi resultado do sincretismo entre tradições religiosas mesoamericanas com o catolicismo, unindo celebrações tradicionais com duas datas importantes para a Igreja Católica: o Dia de Todos os Santos e o Dia de Finados, que acontecem dias 1 e 2 de novembro respectivamente.
Aceitação
Mas a festa como conhecemos é bem recente. Ao norte do México, longe das áreas de identidade indígena (como Chiapas, habitada pelos maias), os mexicanos viam essas festas como paganismo, e celebravam o finados de forma solene, como os demais católicos.
Isso só mudou na década de 1960, quando o governo criou um feriado nacional, incluiu a festa no currículo escolar e passou a incentivá-la como um ícone da identidade mexicana.
Crenças
Segundo a crença popular, no Día de Muertos os mortos têm permissão divina para visitar os parentes. As ruas e as casas são enfeitadas com flores, velas e incensos, altares são montados, comidas especiais são preparadas, música alegre enche as ruas e roupas comuns dão lugar a fantasias coloridas, máscaras e pinturas de caveira. Entre oferendas e decorações, um arco de flores simboliza a passagem usada pelos espíritos.Tudo para receber os convidados de honra – os ancestrais mortos.
Hoje, o festival acontece no México, em países da América Central e em regiões dos Estados Unidos com grandes comunidades mexicanas. A singularidade e a importância cultural do Día de Muertos foi reconhecida pela UNESCO, que classificou a celebração como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Fonte: Aventuras na história
Créditos: Paula Lepinski