A bomba que estourou na cidade do Conde com a revelacão de um esquema fraudulento com desvio que ultrapassa os R$ 3 milhões que foi descoberto pela Polícia Civil da Paraíba promete mais novidades. Como se sabe na manhã dessa quarta (26), policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE), fizeram uma ação conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco), cumpriram mandados de busca e apreensão em João Pessoa e na cidade de Conde, no Litoral Sul da capital.
Fontes da polícia ( Gaeco ) e de parentes da ex-secretária Andrea Soares da Silva dão conta de que ela teria delatado em seu depoimento a ex-prefeita Tatiana Correia e o deputado Genival Matias ( PT do B). A depoente teria solicitado aos delegados também um tempo para fazer novas revelações com provas e que implicam o parlamentar e a ex-prefeita.
Sobre este caso de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica no município de Conde, há uma pergunta que não quer calar: como é que a ex-prefeita Tatiana Correia, apontada pelo Ministério Público como beneficiária de todo tipo de falcatruas, consegue um cargo de gerente na Assembleia Legislativa indicada pelo deputado Genival Matias e lotada no Gabinete, com um bom salário?
A ex-prefeita está inelegível, com os bens bloqueados, sob investigação, e mesmo assim continua como funcionária fantasma que é a serviço do parlamentar, como se nada tivesse acontecido e, pior, faturando alto dos contribuintes e vivendo em condomínio de luxo comprado com recursos de origem duvidosa, segundo a equipe do Gaeco.
Em dezembro de 2015, a imprensa estadual divulgou na sexta-feira, dia 11, que “A (então) prefeita Tatiana Correia, do município do Conde, no Litoral Sul da Paraíba, de acordo com decisão do Tribunal Regional Federal da 5º Região, foi condenada em ação penal, por dois anos e seis meses em regime fechado por estelionato. O julgamento aconteceu na última quarta-feira (9), mas só nesta sexta (11) foi publicado no Diário Eletrônico da Justiça”.
Com essa folha corrida, a ex-prefeita se mantém firme na Assembleia Legislativa, e semanalmente convoca seguidores para churrasco e outras festas, agindo politicamente e articulando com vistas à eleição do próximo ano. Até onde ela irá, não é possível saber. A reportagem do Polêmica ligou para a ex-prefeita Tatiana Correio para ouvir sua versão e ela não atende as ligações. Ligamos Também para o deputado Genival Matias e ele não atende. Um assessor se negou a falar sobre o assunto.
Ex-secretária confessa que foi ‘laranja’ de ex-prefeita do Conde, diz delegado
Operação conjunta da Polícia Civil e Ministério Público investiga lavagem de dinheiro na Paraíba.
https://www.youtube.com/watch?v=OVVEYr_CoN8
Um esquema fraudulento com desvio que ultrapassa os R$ 3 milhões foi descoberto pela Polícia Civil da Paraíba. Na manhã de ontem, policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE), numa ação conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco), cumpriram mandados de busca e apreensão em João Pessoa e na cidade de Conde, no Litoral Sul da capital.
Os alvos foram imóveis da ex-secretária de Finanças do município, Andrea Soares da Silva, localizados em João Pessoa e no Conde. Na Operação, foram apreendidos dinheiro (quantia não revelada), vários cheques, computadores, celulares, além de farta documentação em nome da Prefeitura Municipal de Conde, que estavam em imóveis da ex-secretária.
Um homem que chegou a alugar uma casa de Andrea Soares também foi levado para ser ouvido. Andrea prestou depoimento ao delegado Allan Terruel na presença do promotor de Justiça Romualdo Tadeu de Araújo Dias. “Ela se comprometeu a contar como tudo ocorria durante a gestão da ex-prefeita Tatiana Lundgren”, disse o delegado do GOE.
Antes de ouvir a ex-secretária, o delegado do GOE, Allan Murito Terruel concedeu entrevista e detalhou como agia a organização criminosa que se instalou no Município de Conde e que, a princípio seria responsável pelo desvio de mais de R$ 3 milhões e lavagem de dinheiro. Terruel não descartou a participação de mais pessoas no esquema criminoso, inclusive a ex-prefeita Tatiana, ex-auxiliares e empresas que prestavam serviços a prefeitura.
Durante as investigações foram encontrados indícios de fornecimento de notas fiscais para justificar serviços prestados por uma empresa, mas realizados por outras. A polícia apurou que suspeitos investigados apresentaram renda incompatível com a renda. Andrea Soares chegou a depositar, numa conta da Caixa Econômica, em espécie, em janeiro do ano passado, mais de R$ 220 mil em espécie, em nome de uma empresa. Várias empresas estão sendo investigadas, que segundo a polícia, eram usadas para fraudar processos de contratação e pagamento.
Nas investigações a polícia descobriu que Alex Martins da Silva, marido da ex-prefeita de Conde, Tatiana Lundgren, apresenta um patrimônio incompatível com sua renda, inclusive o veículo de sua propriedade é uma Land Rover, avaliada em R$ 176 mil. A quadrilha, de acordo com a Polícia Civil, está sendo investigada por lavagem de dinheiro, desvio de recursos, falsificação de documentos, tráfico de influência, entre outras fraudes. O delegado revelou que outras pessoas estão sendo investigadas e cerca de 50 podem estar envolvidas.
Outro crime praticado pela quadrilha, segundo as investigações, foi que proprietários de imóveis no município de Conde pagaram o IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano, no entanto, receberam notificação da prefeitura constando débito do imposto. “A prefeitura está analisando cada caso para solucionar a questão, inclusive com ressarcimento”, disse um representante da prefeitura. Numa auditoria que vem sendo realizada foi detectada a existência de 300 contas somente na Caixa Econômica Federal, abertas na gestão de Tatiana Lundgren.
Também foi descoberta a compra de material didático no valor de R$ 1,5 milhão, mas que jamais chegou na prefeitura. A atual administração do município de Conde encontrou um rombo de R$ 43 milhões em dívidas e 39 convênios contestados pelo Governo Federal. Por conta desses escândalos foi decretado situação de emergência financeira e administrativa.
“Acreditamos que até setembro teremos condições de conversar com o Governo Federal para retornar com os convênios”, disse o representante da prefeitura. O promotor Romualdo Tadeu de Araújo Dias, do Gaeco disse que numa parceria com a Polícia Civil vem desbaratando aos poucos essas quadrilhas e afirmou que o Ministério Público tem um foco muito forte no combate a corrupção, notadamente no tocante ao desvio de dinheiro e processo licitatório fraudulento. Romualdo revelou que existem outras investigações em curso também para coibir o desvio de dinheiro.
Fonte: Polêmica Paraíba