A análise de DNA de cinco corpos enterrados há 3.500 anos no Líbano desafia a vontade de Deus. Os corpos eram de pessoas do povo dos cananeus, que vivia em território no qual estão Líbano, Israel, Jordânia e Síria hoje. O Antigo Testamento afirma que os cananeus foram exterminados após um pedido divino.
Diz Deuteronômio 10:16,17: “Porém, das cidades destas nações, que o Senhor teu Deus te dá em herança, nenhuma coisa que tem fôlego deixarás com vida. Antes destruí-las-ás totalmente: aos heteus, e aos amorreus, e aos cananeus, e aos perizeus, e aos heveus, e aos jebuseus, como te ordenou o Senhor teu Deus”.
As análises arqueológicas e genéticas, no entanto, encontraram algo diferente. Foram encontrados resquícios de DNA dos cananeus em cerca de 90% dos libaneses que participaram da pesquisa. O material foi publicado no periódico científico American Journal of Human Genetics.
Pouca informação restou sobre os cananeus. Apesar de creditados como os criadores do primeiro alfabeto do qual se tem conhecimento, poucos registros sobreviveram. Acredita-se que os papiros usados por eles eram de baixa qualidade e foram destruído ao longo do tempo.
Um dos desafios da pesquisa foi conseguir tirar DNA aproveitável dos corpos enterrados havia milênios. As condições de preservação são baixas na região, graças às altas temperaturas.
Os cientistas foram capazes de obter DNA a partir de dentro das têmporas—região do crânio com espessura alta. Os testes de DNA acabaram por contradizer a Bíblia. Cientistas descobriram que os cananeus não foram aniquilados na época.
A passagem Josué 6:21 afirma: “E tudo quanto havia na cidade destruíram totalmente ao fio da espada, desde o homem até à mulher, desde o menino até ao velho, e até ao boi e gado miúdo, e ao jumento”.
A pesquisa afirma que a população atual do Líbano descende majoritariamente de ancestrais cananeus. “Existe evidência substancial da continuidade dos cananeus nessa região da Era do Bronze até hoje”, diz à New Scientist um dos membros da pesquisa Chris Tyler-Smith.
Fonte: Exame