Desafio para Vital

Lena Guimarães

O Palácio do Planalto sinaliza que após o Carnaval a presidente Dilma Rousseff anunciará o nome do senador paraibano Vital do Rêgo para o ministério do Turismo, que já era da cota do PMDB e ficará vago com a desincompatibilização de Gastão Vieira (MA) que tentará renovar seu mandato de deputado federal.

A indicação para essa vaga caberia a bancada do partido na Câmara, que está em pé de guerra com a petista, desde que se recusou a aumentar a presença do seu maior aliado no Governo, crise que surgiu com a saída do PSB da base governista. O PMDB, com cinco ministérios, reivindicou o da Integração, antes ocupado por Fernando Bezerra, apadrinhado de Eduardo Campos. Dilma negou e o debate subsequente só complicou a relação.

A ida de Vital do Rêgo para o Turismo é fruto de uma negociação para pacificação, que conta com o empenho do vice-presidente Michel Temer. Essa crise já permitiu aproximação de peemedebistas com o PSDB em vários Estados, o que não é interessante para a aliança PT-PMDB. Embora Dilma lidere em intenções de votos, as pesquisas mostram número de indecisos suficientes para energizar a campanha da oposição. Por isso o esforço para apagar o incêndio enquanto possível.

Vital do Rêgo é do grupo de Michel Temer, Renan Calheiros, José Sarney e Henrique Alves, ou seja, da cúpula do PMDB, e não vai recusar o Ministério do Turismo, embora suas expectativas iniciais fossem dirigidas ao da Integração, responsável pela maior obra do governo federal no Nordeste – a transposição do São Francisco. Neste momento, o paraibano sabe que é fundamental ser “solução”, nunca “problema” para o partido.

Não é possível nenhuma comparação entre os dois Ministérios. Um está voltado à política de desenvolvimento nacional integrada aos planos regionais, enquanto o outro tem seu foco na atividade econômica que mais cresce no mundo, sendo responsável por um de cada 10 empregos gerados no planeta, com participação importantíssima na balança comercial brasileira. Este ano são esperados 600 mil estrangeiros para a Copa, que devem deixar no país cerca de R$ 6,8 bilhões.

As possibilidades são inúmeras, mas a realidade do Ministério é obstáculo. Tem orçamento de apenas um R$ 1,5 bi e a obrigação de impulsionar segmento que é decisivo para a economia do país, e esperança de desenvolvimento para o Nordeste. Não é um presente, é um desafio.

 

TORPEDOS

Em tempos de revolução conservadora propiciada pela mídia, Joaquim Barbosa e Rachel Sheherazede ganham força na manipulação da opinião pública.

 

Do presidente estadual do PT, Charliton Machado, revelando sua visão do momento nacional.

 

 

 

Ganhos e perdas

A ida do senador Vital do Rêgo para o Ministério do Turismo resolverá um problema do PMDB nacional, mas criará uma dificuldade para o irmão, Veneziano, que deve perder o coordenador de sua campanha a governador da Paraíba.

 

Centenário

Março promete ser marcante para Veneziano e Vital, pois também será de eventos que lembrarão o centenário do seu avô, o ex-governador Pedro Gondim, que derrotou a aliança de Janduhy, Ruy Carneiro e José Américo em 1960.

 

Calendário

No dia14 será mostrado a jornalistas, durante café da manhã no ‘Cannele’, o site criado especialmente para apresentar Pedro Gondim as novas gerações. No dia 18,  será homenageado em sessão especial da Assembleia Legislativa.

 

Calendário 2

Tem mais: no dia 21, na Estação Ciência, haverá lançamento de um livro, de um cordel, da exposição do acervo e exibição de documentário sobre a vida de Pedro Gondim, que foi imortalizado pelo slogan “Está com medo ou está com Pedro?”.

 

 

 

ZIGUE-ZAGUE

+ O ex-senador Wilson Santiago já prepara calendário para depois do Carnaval, quando o seu PTB pretende analisar alternativas de alianças para este ano.

+ Santiago não esconde que pretende conversar com todos os partidos com candidatos ao governo – PSB, PSDB e PMDB – mas garante que a decisão será do colegiado.

 

 

 

Resolução do TSE

No Correio Debate do dia 21 de fevereiro, o advogado Ricardo Sérvulo defendeu a necessidade do TSE fixar um prazo mínimo para substituição de candidatos, garantindo a transparência necessária ao processo democrático. A decisão da corte eleitoral, que aprovou resolução estabelecendo 20 dias antes do pleito como limite para a troca de nomes, confirmou suas expectativas.

O TSE colocou mais um obstáculo para os ‘Ficha Suja’, que antes poderiam se manter candidatos até a véspera da eleição, quando eram substituídos por ‘sem votos’ e ‘sem impedimentos’.

 

 

 

PONTO FINAL

Logo depois do Carnaval o governo enviará um projeto de lei ao Congresso Nacional, que tem o objetivo de conter a onda de violência nas manifestações. Vai propor nada menos que pena de quatro anos de reclusão para atos de vandalismo.