Desafio às bolas de cristal

A ex-candidata do PSB na Capital acumulou alguns bons trunfos na campanha recém-finda. Equilibrou-se em arames linguísticos, andou sobre brasas de rompimentos, quase chegando ao segundo turno. É evidente que não teria o mesmo rendimento, nessa corrida de obstáculos, se não fosse ungida pelo poderoso exército governamental, mas sua escolha talvez não tenha sido em vão.

É provável que sua referência a 2014 não contivesse qualquer estímulo a um cargo majoritário na próxima campanha. Uma vez lançada à arena para defender um projeto político, Estelizabel poderá entrar no Palácio da Redenção com os olhos voltados, por exemplo, para a Assembleia Legislativa. É só uma conjectura.

É impossível prever o grau de projeção política que a Comunicação irá dar a Estelizabel. É uma área técnica e sua facilidade com as palavras poderão criar confusões com o papel de porta-voz do Governo. Poucos têm habilidade para conciliar o técnico e o político naquela cadeira.

VETOS E VOTOS
Há muitos e muitos anos que o esporte mais saudável praticado por alguns parlamentares – em níveis federal, estadual e municipal – é apresentar projetos ditos “inconstitucionais” vetados assim que chegam diante das lupas do Executivo. Na maioria das vezes esses textos são demagógicos, pessimamente produzidos pelas assessorias e para justificar a ação de quem os chancela. Não há razão para que tempestades em copos dá água, na Assembleia da Paraíba, quando chegam alguns vetos do Palácio da Redenção. A lide política deveria ser ocorrer outro nível.

PARAIBANOS CORRETOS
Até onde a vista alcança não se vê nenhum senador da Paraíba – Cássio, Cícero ou Vitalzinho – usando dinheiro do contribuinte para pagar Imposto de Renda dos 14º e 15º salários. Um bando de cretinos, de todos os partidos, acha pouco o ganho extra e ainda repassa o IR para o povão.

QUEDA E COICE
Além do câncer que o consome, o ex-deputado Roberto Jefferson – alcunhado de “Silvério dos Reis do mensalão” – foi condenado a sete anos e 14 dias de prisão. Cantor de quinta categoria, não merece entrar para a história nem pela porta dos fundos, mas que contribuiu para um Brasil menos corrupto, isso ele contribuiu ao chutar o pau da barraca onde se abriga o mensalão do PT.

É O CÚMULO
A CBF aplicou a Lei de Murph na Seleção Brasileira: nada está tão ruim que não possa piorar. A indicação de Felipão para substituir Mano Menezes e Parreira para coordenador técnico se aplica a essa máxima do sarcástico personagem. Depois dessa, não há alternativa: é comprar uma camisa azul e branco e torcer pela Argentina em 2014.

ALÔ MP E TCE!
Um passarinho – que não voa depois de passar por bares ou restaurantes de João Pessoa – me sussurra aqui no ouvido que o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado deveriam investigar a briga de um empresário com um importante auxiliar do Governo, ocorrida no fim de semana passado. A pequena ave sugere ouvir testemunhas de que o empresário – que emprestou dinheiro à autoridade governamental – disse que a devolução seria através da concessão de obras oficiais para uma construtora, mas o acordo não foi cumprido. O passarinho acha que esse fato é grave, muito grave mesmo.