Deputado do PMDB é relator da reforma política e acusado de compra de voto

A acusação é decorrente de uma busca e apreensão autorizada pela Justiça

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Escolhido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para ser o relator da reforma política, o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) é acusado de compra de votos pelo Ministério Público Eleitoral, que pede à Justiça a cassação de seu mandato e a aplicação de multa.

O deputado federal também é alvo de outra ação do Ministério Público relativa a supostas irregularidades na prestação de contas de sua campanha. Neste processo também há pedido de cassação do mandato.

Eleita por Eduardo Cunha como principal bandeira de seu início de gestão no comando da Câmara, a reforma política ganhou na terça-feira (10) uma comissão especial que irá elaborar um texto com propostas de mudança no sistema político e eleitoral brasileiro.

Para a função de relator, que é a pessoa responsável por consolidar as propostas da comissão, Cunha indicou Castro, um de seus aliados.

BUSCA E APREENSÃO

A acusação de compra de votos contra o deputado é decorrente de uma busca e apreensão autorizada pela Justiça na casa de um ex-prefeito de Conceição do Canindé (430 km ao sul de Teresina), no dia do primeiro turno das eleições de 2014.

Na ocasião, policiais e o Ministério Público apreenderam dinheiro em espécie (R$ 8.600), uma arma, munição e material de campanha de Castro e de outros dois candidatos aliados.

De acordo com a representação movida pelo procurador regional eleitoral do Piauí, Kelston Lages, o ex-prefeito Aderson Júnior (PMDB), que é médico, atendia gratuitamente diversas pessoas no dia da eleição, em sua casa. Ainda segundo a Procuradoria Regional Eleitoral, no local eram distribuído santinhos de Castro e dos outros candidatos.

“Os depoimentos coletados sugerem que as consultas médicas gratuitas serviam de instrumento de captação de votos”, afirma o Ministério Público.

A outra representação contra o deputado se refere a supostas irregularidades na prestação de contas de sua campanha. A Folha não conseguiu obter detalhes dessa ação. Não há sentença ainda em nenhuma das duas representações.

Folha