Demora em definir cargos abre guerra na base governamental de Dilma Rousseff

A demora da presidente Dilma Rousseff para definir os cargos do segundo escalão movimenta a nau dos insatisfeitos na base aliada e provoca rebelião no PT. A informação foi publicada neste sábado (7) pelo jornal ‘O Estado de São Paulo’.

De acordo com a matéria assinada por Vera Rosa, na queda de braço entre as correntes petistas, um quer puxar o tapete do outro para arrumar emprego de alto gabarito e há uma contabilidade paralela para verificar qual Estado ou região emplaca mais indicações.

Ainda segundo a matéria, a cúpula do PT já chegou a apresentar a governo 104 nomes para o segundo escalão, mas ainda não obteve sinal de que a fila vai andar. Já para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) a presidenta Dilma teria prometido que a ele seria concedido o apadrinhamento do novo presidente da Chesf.

O fato é que até agora, além dos socialistas, a presidenta também tem conseguido driblar o PT e o PMDB, sob o argumento de que os melhores nomes serão acomodados “no momento adequado”. Enfurecido, o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), foi reclamar com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. “Assim não dá para segurar”, disse ele, referindo-se aos peemedebistas que, insatisfeitos, ameaçam dar o troco em votações no Congresso.

O pior é que, no Planalto, a ordem é fazer as nomeações a conta-gotas. A estratégia é chamada de “política do tensionamento”, para obrigar os partidos a ceder nas exigências.

Estão no radar dos aliados empresas como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a Eletronorte e a Eletrosul, além da Sudene e do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs).

O desempregado mais ilustre do PMDB é o ex-governador da Paraíba José Maranhão. No PT, a lista inclui a ex-governadora do Pará Ana Júlia Carepa, os ex-ministros Patrus Ananias e Altemir Gregolin e as ex-senadoras Fátima Cleide e Emília Fernandes. Desde que voltou da viagem à China, Dilma não reabriu a discussão sobre cargos.

Do Blog com ‘O Estado de São Paulo’