A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) divulgou nota nesta segunda-feira (23) em que manifesta preocupação com as gravações do ministro licenciado do Planejamento, Romero Jucá, em que ele fala em um pacto para deter o avanço da Operação Lava Jato.
“A entidade já havia alertado para as repetidas tentativas de interferência política no trabalho da Polícia Federal e repudia qualquer ato no sentido de impedir a continuidade de uma das mais importantes investigações em curso no Brasil”, diz a nota, que foi divulgada pela associação antes que Jucá anunciasse sua licença.
As conversas gravadas foram divulgada pela Folha nesta segunda.
Os delegados aproveitaram a ocasião para fazer campanha pela autonomia constitucional da Polícia Federal.
“Para proteger a Lava Jato e a atuação da PF no combate à corrupção, a ADPF reforça que é fundamental a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 412/2009, em tramitação no Congresso Nacional, que estabelece a autonomia para a Polícia Federal”, diz o texto.
A associação defende uma mudança na forma de escolher quem comanda a instituição.
A entidade pretende organizar uma votação entre os delegados para escolher uma lista tríplice de candidatos que será encaminhada, como sugestão, ao novo ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes. O resultado do pleito deve ser divulgado no próximo dia 31.
A ADPF defende ainda que os diretores-gerais tenham mandatos de até três anos, com no máximo uma recondução.
Fonte: Folha de S. Paulo