Informada em Roma sobre a insurreição que carcome sua coalizão partidária na Câmara, Dilma Rousseff teve duas reações. Em privado, portou-se à moda Dilma. Sob refletores, camuflou a irritação: “Acho que tem muito de especulação. E eu não vou, de fato, me manifestar sobre especulação. Vamos ver o que acontece de fato.” Da capital italiana, Dilma irá a Bruxelas, na Bélgica. Só retorna ao Brasil na noite de segunda-feira. Na expectativa de que nada aconteça, ela acionou o vice-presidente Michel Temer para tentar deter a junção dos insurretos num bloco “independente”.
Coube à ministra Ideli Salvati, suposta coordenadora política do Planalto, conversar com Temer. Temer respondeu que, no exercício da Presidência da República, só coordenaria o encontro mediante solicitação expressa da titular do cargo. Ideli telefonou para a chefe, que a autorizou a dizer a Temer que estava de acordo com a convocação da terapia grupal.
Munida da orientação de Dilma e da concordância de Temer, Ideli pôs-se a convidar os líderes dos partidos rebelados para a reunião do Jaburu. De Josias de Souza