Contra o desemprego, concurso público

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José Wilson Granjeiro

Amigos(as), nos últimos dias me chamaram a atenção algumas notícias sobre temas que interessam diretamente a quem está se preparando para concursos públicos ou dedica seu tempo, sua experiência e seus conhecimentos ao trabalho nessa área, como é o meu caso.

A primeira reportagem foi publicada no jornal O Globo. Com o sugestivo título “Jovens na rua. No olho da rua”, a matéria relata que o desemprego em junho subiu de 14,6% para 15,3% entre os jovens de 16 e 24 anos de idade. Segundo constatou o jornal, a taxa de desemprego nessa faixa etária subiu para patamar maior do que o dobro dos 6% registrados para todas as idades, conforme dados do IBGE. Para fechar o quadro pessimista, o total de desempregados alcançou o impressionante número de 579.974 rapazes e moças, “o equivalente a sete Maracanãs lotados”.

É por isso que vejo a notícia como a confirmação daquilo que já sei há muito tempo, tanto que sempre defendo em meus artigos: a melhor opção profissional para o jovem que deseja um futuro seguro e uma carreira promissora é um cargo público conquistado por meio de concurso. O concurso público seleciona os melhores, os mais capazes e – por que não dizer – os mais brilhantes entre todos os candidatos às vagas oferecidas. Trata-se de opção natural, sobretudo diante do que concluiu a reportagem do jornal carioca: os jovens são as principais vítimas “da demora na retomada da economia e do esfriamento do mercado de trabalho”.

Os motivos que levam a essa situação são os mais variados. Entre eles, posso mencionar a pouca – ou nenhuma – experiência profissional e a falta do diploma de curso superior, ainda que o jovem tenha em mente uma simples vaga de assistente administrativo. “Deficiências” desse tipo, que são determinantes para a conquista ou não de vaga no mercado privado de trabalho, não afetam quem opta pelo caminho do concurso público. Este não distingue entre os mais e os menos experientes. Democraticamente, todos concorrem em igualdade de condições. Sem contar que existem milhares de oportunidades para quem ainda não concluiu o curso universitário, já que praticamente todos os editais preveem vagas também para candidatos com formação de ensino médio.

Eis por que o caminho natural para os jovens é mesmo o concurso público. Para piorar a situação dos que ainda não perceberam isso, tudo indica que, no mercado privado de trabalho, a taxa brasileira de desemprego chegará a 5,7% este ano, segundo previsão mencionada na reportagem do jornal carioca. Por outro lado, como eu sempre previ, o governo tende a absorver grande parte do contingente de desempregados, que chegam a impressionantes 18,5% em Salvador e a 17,6% no Recife.

A propósito, estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) demonstra que 17% dos jovens brasileiros nem estudam, nem trabalham, nem procuram emprego. São os chamados “NEM, NEM, NEM”. É algo preocupante, sem dúvida, porque esse percentual é extraordinariamente alto. Em contrapartida, aqueles que preferem entrar no mercado de trabalho oferecido pelos concursos públicos têm um leque de opções maravilhoso. As inúmeras oportunidades na esfera pública podem realizar os sonhos de qualquer um que busque garantir um emprego bem-remunerado para o resto da vida.

Ainda no dia 5 deste mês, outra reportagem, publicada no Portal Educação, revelava a existência de 25 mil vagas nos concursos abertos ou autorizados em todo o Brasil, como os da Petrobras; do INSS; do Banco Central; variados da Aeronáutica, Exército e Marinha; do TRF da 1º Região; da Sudam;  da Sudene; e das polícias de diversos estados. Os salários podem chegar a mais de R$ 15 mil, como o de procurador do Banco Central, e até a mais de R$ 22 mil, como o de juiz federal do Tribunal Regional Federal. Claro que para chegar lá nunca é fácil, mas também não é impossível. Aliás, na vida temos de estar prontos para os desafios que surgirem, se quisermos nos tornar vencedores e não apenas mais um número na multidão. É como lamber mel de espinhos: haverá momentos bons e momentos ruins.

Eis, portanto, um caminho para os jovens que, no momento, estão à procura de emprego e poderiam acabar por se submeter, na iniciativa privada, a algo muito aquém do que conseguiriam como servidores do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário. Eles não precisam abrir mão de garantias, de benefícios e de direitos, desde que estejam dispostos e se dedicar ao projeto de ingressar no serviço público.

Por sinal, as vantagens oferecidas no serviço público costumam ser o principal fator de atração para as carreiras no governo, até de jovens recém-graduados e que ingressam nos quadros da Administração Pública antes mesmo de terem exercido a profissão para a qual estudaram na faculdade. E note que há vantagens nisso. Quando o servidor é jovem e inexperiente, a Administração tem a chance de capacitá-lo e moldá-lo ao contexto específico do órgão ou da entidade onde o profissional prestará serviço. Ali, o jovem ganhará toda a experiência necessária para se tornar um bom analista, engenheiro, advogado, policial, técnico ou magistrado. No que tange aos interesses do jovem servidor, é importante lembrar que ele terá a oportunidade de desfrutar, por muitos anos, de uma situação confortável a tranquila, já que a expectativa de vida da população brasileira aumentou 18% nas últimas três décadas, chegando, hoje, a 73,8 anos, contra 62,5 anos em 1980.

Assim, querido leitor(a) e concurseiro (a), mais uma vez quero incentivá-lo(a) a se dedicar de corpo e alma à preparação para os próximos concursos públicos, elevando a meta da aprovação ao patamar de prioridade absoluta em sua vida. Sei que não é fácil. Mas tenha em mente, a propósito, as palavras do magnata da indústria automobilística Henry Ford: “Acredite no melhor… Tenha um objetivo para o melhor, nunca fique satisfeito com menos que o seu melhor, dê o seu melhor, e no longo prazo as coisas correrão pelo melhor.”

Lembre-se sempre dessa mensagem, que constitui um ensinamento precioso para qualquer concurseiro(a). Ela o ajudará a alcançar o emprego com que você sempre sonhou, em especial se você tiver entre 16 e 24 anos e estiver desempregado(a). Não conheço outra forma, a não ser o estudo em tempo integral, sejam quais forem os sacrifícios necessários, para que você consiga alcançar, em breve, o seu feliz cargo novo.