Continuar na hora imprópria!

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Bruno Filho

Num período de turbulências que vivemos dentro da sociedade, chegamos as semi-finais da Copa das Confederações o que deveria ser uma festa, depois do torcedor brasileiro aguardar mais de 60 anos para ter de volta uma preliminar da maior festa do futebol mundial e que acontece apenas de 4 em 4 anos, só que por aqui o clima é tenso.

Muitos temem o que pode acontecer em Belo Horizonte na tarde de hoje, dia da primeira partida desta nova fase e que reunirá as seleções do Brasil e do Uruguai, ou seja, teremos em campo 7 títulos mundiais e mais 2 títulos olímpicos conquistados pela ex-celeste olímpica que nem de azul joga mais, uma demonstração realmente de que tudo mudou.

Mas como temos que falar de futebol, tentarei analisar o que podem fazer em campo estes tradicionais rivais que no passado disputavam anualmente uma Taça chamada Rio Branco e que na história deixou grandes espetáculos. Para não ter que se falar em décadas muito antigas, vamos lembrar apenas aquele célebre jogo que a maioria se lembra, ocorrido no Maracanã, quando Rivelino escorregou na escada e caiu pelos degraus perseguido por Ramirez.

Aquele fato exemplifica bem a rivalidade existente. De uns tempos para cá até isso mudou, pois a maioria dos jogadores jogam juntos na Europa, tem amizade, diferente dos que pensam que são inimigos. Dentro do campo o Brasil é superior tecnicamente, tem melhores jogadores, porém ainda não atingiu o seu ápice e corre risco, pois se o Uruguai ainda falha na defesa e tem um meio-campo pesado, seu ataque é fulminante.

Há de se respeitar Forlan, Cavani e Suarez, os 3 melhores da equipe e que vão enfrentar uma defesa brasileira que ainda não é das mais entrosadas, principalmente se falarmos de David Luiz, zagueiro instável e as vezes atabalhoado. Lógico que nosso poder de fogo também é grande, pois temos em Fred um goleador em potencial, em Hulk um trabalhador incansável e em Neymar a nossa grande expectativa de estrelismo.

Por este motivo, embora considere um jogo difícil demais, acho que o Brasil passa, nem que seja na cobrança de penalidades, pois até aqui, e eu alertei, a arbitragem tem acrescentado aquilo que nos falta em alguns momentos e acho que dessa vez não será diferente. Se precisar, eles inteiram, diria Tatá Muniz, meu amado irmão.

Já na segunda semifinal, sinto cheiro de algo esquisito no ar. Embora considerada favorita e invicta há 28 jogos oficiais, a Espanha corre risco contra a Itália, mesmo sem a presença de seu maior ídolo Mário Balotelli e o risco de ficar sem Pirlo também. Sabe aquela hora em que chegou a vez de perder ? Pois estou sentindo esse clima no ar.

Não me surpreenderei se a Italia passar pela Espanha e for a final. O ultimo jogo entre ambas, na Eurocopa e que marcou uma goleada dos Ibéricos por 4 x 0 não deve ser levado em consideração. Nos grandes clássicos mundiais tudo pode acontecer, acreditem. Vou até arriscar um placar 0 x 0 e tudo se decidindo na cobrança de penalidades máximas.

Não seria meu gosto… Quero mesmo é ver Brasil e Espanha no Maracanã e aí sim mensurar o poder da Ex-Fúria. Quero vê-la colocar o Brasil na roda, quero vê-la marcar 70% de posse de bola dentro do Maracanã, se isso acontecer reconhecerei que são realmente os melhores do mundo, pois quando enxergam a amarelinha pela frente, querendo ou não eles tremem.

Vamos torcer e aguardar! Vem coisa boa por aí, pelo menos dentro do gramado.