Conselho Regional de Medicina diz que crianças podem morrer por deficiência no Trauma de JP

O Trauma fechou Unidade de Terapia Intensiva Infantil

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O diretor do setor de fiscalização do Conselho Regional de Medicina, Dr. João Alberto, criticou o fechamento da UTI infantil do Hospital de Trauma de João Pessoa e disse que, a partir de agora, as crianças que sofrerem acidentes graves podem chegar a óbito em virtude do fechamento da unidade.

Durante entrevista ao programa “Debate sem Censura”, na tarde de hoje, o médico afirmou que em parceria com o Ministério Público foi dada entrada a ação para reverter a decisão: “Entramos com ação cautelar solicitando uma liminar para desfazer a decisão tomada pelo hospital. O Conselho de Medicina poderia tomar atitudes mais drásticas que seria a interdição dos profissionais que atuam na unidade, mas não fizemos porque seria mais danoso a população”, explicou.

A diretoria do Trauma determinou que as crianças precisarem de atendimento de emergência serão recebidas, mas devem ser transferidas logo em seguida: “A diretoria diz que essa unidade não estava preparada para isso, que deveria ser instalada em outro hospital e o primeiro atendimento seria no Trauma para depois encaminhar a qualquer outra unidade, mas a transferência é de extrema delicadeza dependendo do caso”, explicou ao informar que na maioria das vezes nem existe o transporte adequado para realizar a transferência.

O médico destacou que a Paraíba já deveria ter mais unidades preparadas para atender as crianças e culpou os governos pela falta de assistência e unidades especializadas: “As crianças podem morrer, a um risco de corte e espero apenas que a população perceba que não é por culpa do médico da emergência e sim por falta de estrutura para atender essas crianças. Nós médicos sofremos com essa angústia, querem nos incriminar de tudo, mas a culpa é mesmo dos governos. Não só desse governo, mas de todos os que aí passaram”, apontou.

Para o Conselho Regional de Medicina, a medida adotada pelo Hospital de Trauma foi prejudicial a população e, por isso, Dr. João Alberto disse acreditar que a justiça reverta decisão: “Formalizamos a denúncia hoje a tarde em juízo para que a Justiça defina se a unidade deve ser reativada”, concluiu.

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