investigação

Congresso pede que STF revogue decisão sobre orçamento secreto

Em petição feita a Rosa Weber, presidentes da Câmara e do Senado dizem não ser possível adotar medidas de transparência retroativas

Em recurso encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso admite que não pretende cumprir integralmente a decisão da Corte sobre as emendas relator, que fazem parte do chamado ‘orçamento secreto’. No documento, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), dizem que reconhecem a “impossibilidade fática e jurídica de cumprimento” de parte da medida cautelar em caráter retroativo. O Congresso pede ao STF também a revogação da suspensão das emendas do relator, que implica “verdadeiro caos administrativo”.

O pedido foi encaminhado diretamente à ministra Rosa Weber, autora da decisão que suspendeu as emendas de relator para o ano de 2021 e cobrou transparência para a destinação desses valores tanto no orçamento de 2020 quanto no de 2021. A decisão de Rosa foi confirmada por oito votos a dois pelo plenário da Corte.

A petição chegou ao Supremo pouco mais de uma hora após o encontro entre Pacheco e a ministra Rosa Weber. A reunião, com o objetivo de tratar justamente da decisão que suspendeu o orçamento secreto, durou cerca de 20 minutos. Além do pedido, outros sete documentos, entre relatórios técnicos e planilhas, foram apresentados à Corte.

O trecho aos quais eles se referem pede que sejam compartilhados os documentos encaminhados aos órgãos e entidades federais que embasaram as demandas ou resultaram na distribuição de recursos das emendas de relator.

“Entretanto, não há como cumprir o disposto na alínea “a” da decisão cautelar quanto às solicitações que foram endereçadas ao relator-geral, pelos mais diversos meios (inclusive informais)”, afirma o documento.

Os chefes do Legislativo ressaltam que há urgência na liberação das emendas, suspensas por decisão provisória do STF, é importante para evitar “prejuízos irreparáveis à execução de políticas públicas importantes para a sociedade brasileira, além da judicialização em massa de relações jurídicas já constituídas e elevada probabilidade de responsabilidade civil da União em decorrência do descumprimento de quais obrigações”.

“Os dados demonstram, sem margem de dúvida, que houve uma distribuição razoável e nacional dos recursos orçamentários de emendas do Relator-Geral para atender aos pedidos de diversos entes federados, por meio de representantes de parcela expressiva de partidos com representação no Congresso Nacional”, dizem ainda.

Fonte: Globo
Créditos: Globo