Confirmado: Partido Solidariedade, de Paulinho da Força, teve festival de assinaturas falsas

Novo levantamento realizado pelo Correio Braziliense expõe um festival de falsificações de fichas de apoio necessárias para a criação do Solidariedade e evidencia que o golpe se espalhou por vários cartórios eleitorais do Distrito Federal. O partido alega que foi vítima de sabotagem. A tese propagada pelas lideranças é de que infiltrados tinham entregue os documentos falsos para prejudicar a criação da legenda. No entanto, documento obtido pelo Correio desmonta a justificativa da legenda ao apontar que vários lotes de fichas com assinaturas falsas, incluindo os nomes de dois mortos, foram entregues à Justiça Eleitoral pelo motorista Luiz Carlos Moura, lotado no gabinete do presidente do Solidariedade, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. Moura confirmou que entregou as fichas no cartório da Asa Norte e no de Águas Claras.

Nos novos lotes analisados, o ouvidor-geral do TCU, Eduardo Dualibe Murici; o presidente nacional do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Haroldo Pinheiro Villar; e até o dono de um cartório em Florianópolis foram vítimas da fraude ignorada pela Justiça Eleitoral. Há situações em que a mesma pessoa assinou mais de uma ficha de apoio. Em todos os casos, novamente, os “apoiadores” alegam que nunca assinaram absolutamente nenhum documento de apoio à nova legenda. Além disso, são ou foram filiados ao Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União (TCU).

Diante de novas evidências de fraude na criação do Solidariedade, a Polícia Federal prorrogará a investigação iniciada no mês passado em Brasília. O ouvidor-geral do TCU afirmou que alguns colegas tinham o alertado que seu nome constava na lista de apoiadores. “Jamais apoiaria. Nunca assinei nada. Isso pode me causar problemas”, relatou Eduardo Dualibe. O presidente da Associação dos Tabeliães de Florianópolis e dono de um cartório, Naurican Ludovico Lacerda, ficou surpreso quando foi informado de que o nome dele constava como apoiador do novo partido. Ele foi servidor do Senado até fevereiro de 2010. O Protocolo nº 14.039 mostra que o Solidariedade entregou a assinatura falsa no cartório da Asa Norte.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Enquanto isso, o partido de Marina Silva teve rejeitadas assinaturas a mancheias, como se dizia antigamente. No TSE não vale o ditado de “pau que dá em Chico dá em Francisco”. (C.N.)