Confirmada a informação da Tribuna sobre a crescente oposição a Dilma dentro do próprio PT

Carlos Newton

Reportagem de Fernanda Krakovics, em O Globo do último sábado, confirma as informações divulgadas com exclusividade aqui no Blog da Tribuna da Imprensa, sobre o espantoso crescimento da oposição ao governo Dilma Rousseff dentro do próprio PT.

A jornalista revela que durante um debate dos seis candidatos à presidência do PT, cinco deles (líderes de importantes ala do partido), criticaram duramente o governo, condenando o que chamaram de “privatização” do campo de petróleo de Libra e defendendo o rompimento com os peemedebistas e com todos os partidos considerados de “direita”.

– O vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, foi chamado de “sabotador’, e a aliança com o PMDB tachada de “balcão de negócios” – destaca a reportagem, acrescentando que apenas o atual presidente Rui Falcão (candidato à reeleição) saiu em defesa da manutenção da aliança com o PMDB e foi chamado de “pelego” pela plateia que ocupava o auditório no debate realizado em Brasília.

O candidato Markus Sokol, da corrente “O Trabalho”, citou a Constituinte exclusiva e o plebiscito sobre reforma política, propostos por Dilma. “O sabotador vice-presidente Michel Temer reuniu a cúpula do PMDB no (Palácio do) Jaburu para sabotar tudo. Cinco meses depois, não tem reforma política, não tem Constituinte exclusiva. O primeiro passo para a vitória real nas próximas eleições é romper com o PMDB. Não adianta sair separado e depois se unir no segundo turno. Não quero mais esse casamento, quero separação de corpos” – disse Sokol.

“PRIVATIZAÇÃO”

A palavra “privatização” foi utilizada para se referir ao leilão de Libra. “Não podemos ter na direção do partido um coletivo de polianas. A presidente Dilma privatizou o campo de Libra. Não foi privatizado? O campo é recurso natural, que é do Estado. Chamaram a Shell, a Total e as estatais chinesas para morder o petróleo neste processo de pilhagem” – denunciou Serge Goulart, da corrente “Esquerda Marxista”.

Ele rebateu a presidente Dilma, que negou que o leilão tenha sido privatização: “O leilão não devia ter sido realizado e é inaceitável que o governo divulgue que não foi feita privatização. É o tipo de explicação que deixa nu quem o utilizar”, assinalou Goulart, segundo a matéria de Fernanda Krakovics.

Até o atual secretário-geral do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), da facção “Mensagem ao Partido”, segunda maior corrente interna e que também é candidato à presidência, criticou duramente o governo: “Precisamos adensar a aliança com partidos de esquerda e movimentos sociais. A atual direção fez alianças ao centro, e isso diminui nossa capacidade de promover mudanças”.

“OPOSIÇÃO” AO GOVERNO

Diante de tantas críticas ao governo Dilma, principalmente ao leilão do campo de petróleo de Libra, chamado abertamente de “privatização”, o presidente do PT Rui Falcão disse a seguinte frase: “Às vezes, dá a impressão de que somos oposição ao nosso governo”.

Traduzindo tudo isso: conforme assinalamos aqui no Blog da Tribuna, Lula já conseguiu o primeiro passo de sua trajetória de volta ao poder, que é levantar o PT contra Dilma. Agora, a candidatura dela depende única e exclusivamente da situação da economia. Se o crescimento não for retomado com a injeção dos R$ 15 bilhões de Libra e do aumento do percentual estrangeiro no Banco do Brasil para 30%, adeus reeleição. E algum assessor então gritará ao ouvido do marqueteiro-guru João Santana, justificando a candidatura de Lula: “É a economia, estúpido!”

COINCIDÊNCIA

Repararam que toda vez em que o Blog sofre ataque por hacker (que a UOL chama de “fraude”, mas não consegue impedir nem consertar), os petralhas que dão plantão aqui para defender o governo coincidentemente somem, desaparecem, se desfazem no éter?