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Com derrota de Trump e fracasso nas eleições, militares recomendam moderação a Bolsonaro

O próprio presidente viu a maioria dos candidatos que apoiou fracassar no pleito.

Brazil's President Jair Bolsonaro attends the launch of the Mining and Development Program, at the headquarters of the Ministry of Mines and Energy, in Brasilia, Brazil, Monday, Sept. 28, 2020. (AP Photo/Eraldo Peres)
Brazil's President Jair Bolsonaro attends the launch of the Mining and Development Program, at the headquarters of the Ministry of Mines and Energy, in Brasilia, Brazil, Monday, Sept. 28, 2020. (AP Photo/Eraldo Peres)

Integrantes do Palácio do Planalto e do núcleo militar do governo avaliam que a derrota de Donald Trump nos Estados Unidos e o resultado das eleições serviram como recados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e indicam que ele terá de fazer adaptações para triunfar nas urnas em 2022.

O principal aprendizado, avaliam fardados, é que a população passou a rejeitar extremos, e discursos inflamados em relação à pandemia podem levar a queda de popularidade.

A análise de aliados de Bolsonaro é que a postura de Trump durante a crise sanitária foi decisiva para sua derrota.

Por isso, Bolsonaro deveria abandonar ou ao menos moderar discursos como o de que o Brasil precisa deixar de ser “um país de maricas”, sob pena de perder apoios até mesmo dentro das Forças Armadas.

No lugar de fazer acenos à base mais ideológica de seus eleitores, o principal objetivo do presidente deve ser, pregam auxiliares próximos, trabalhar para aprovar medidas no Congresso que movimentem a economia e façam o Brasil reagir à crise causada pela pandemia.

A chave para a reeleição, afirmam assessores presidenciais e políticos experientes no Congresso, estará na economia.

Além da derrota de Trump para o democrata Joe Biden, não reconhecida nem pelo presidente nem pelo Itamaraty, a eleição municipal teve como grandes vencedores os partidos de centro e centro-direta.

O MDB foi o líder no ranking de prefeituras obtidas por partido. Já PP e PSD, duas siglas do chamado centrão, e DEM foram as que mais ascenderam em número de municípios governados pelo país.

Em outra frente, o pleito mostrou encolhimento do PSDB e do PT pelo país e também aponta o relativo fracasso do PSL, sigla pela qual Bolsonaro se elegeu presidente.

O próprio presidente viu a maioria dos candidatos que apoiou fracassar no pleito.

Nas grandes cidades, apenas Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio de Janeiro, e Capitão Wagner (Pros), em Fortaleza, foram para o segundo turno.

 

Fonte: Folha de S. Paulo
Créditos: Folha de S. Paulo