Ex-presidenciável do PDT nas eleições de 2018, Ciro Gomes, visitou hoje a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, para a Semana Acadêmica de Economia. Durante o evento, ele criticou o corte de verbas da educação provocado pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) e voltou a fazer duras críticas ao presidente, a quem chamou de “idiota”.
Os temas da palestra na UFMS eram as reformas econômicas e sociais e a retomada do crescimento.
Ciro destacou a necessidade de três propostas: ideia, exemplo e militância. “A ideia é aperfeiçoada pelo pensamento acadêmico e nós, no Brasil, estamos espancando a academia, a inteligência brasileira está expulsa do debate nacional e temos inteligência qualificada para qualquer desafio”, afirmou.
O ex-presidenciável adiantou que a próxima agenda dele será no Rio Grande do Sul e depois em Minas Gerais. “Lá eu quero chamar atenção da imprensa brasileira para o centro de nano tecnologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)”, declarou Ciro ao reforçar que a economia seria alavancada em cinco anos com investimentos nessa área.
Outra preocupação de Ciro é, segundo ele, o resgate da cultura. “Ambiente da cultura e da arte é o ambiente da sofisticação crítica”, afirmou ele.
Ainda durante sua fala, Ciro não descartou participar das eleições de 2022 e tentar unir forças para propor uma chapa que faça frente à reeleição de Bolsonaro.
“Só que eu acho que o Brasil não precisa de proposta estreita de esquerda. O Brasil não cabe na esquerda. Temos que ter humildade para entender. O Brasil não é de elite. É popular, rural, dos movimentos católicos, do trabalhador que enriqueceu no agronegócio e que vê comunismo em todo o canto”, pontuou.
Para Ciro, é preciso fazer um projeto nacional que una os interesses da produção aos interesses do mundo do trabalhador.
“Não participei de nenhum gueto de esquerda. Vou propor um projeto e isso me faz andar pelo país para explicar direitinho e não é porque eu sou um gênio não. É porque a realidade está no nosso nariz e eles não deixam a gente entender com essa massa de propaganda de desorientação”.
Sobre as ações do governo Bolsonaro, Ciro elogiou apenas uma: o uso de vagas ociosas dos presídios federais para abrigar chefes de facções criminosas. “Já o resto é um desastre que estamos presenciando, que se chama observatório trabalhista”, disse.
“Como fui candidato, é justo que as pessoas olhem minhas palavras com cautela para que não achem que eu esteja falando do meu adversário. Faço isso mostrando números. A saúde é a pior execução orçamentária do Brasil. Na segurança pública, o governo aplicou 6,5% do orçamento e já estamos terminando o 7º mês de mandato”.
Ciro criticou também o que chamou de crise que o próprio presidente criaria com palavras ‘vulgares e chulas’. “Bolsonaro agride os chineses e se alinha aos americanos. Ele trabalha contra o país, não sei se lucidamente. Assinou às pressas sem ler e ele não entende patavina de nada, porque ele é um idiota. Desculpa falar isso de um presidente da República, mas precisamos tirar as máscaras. O Centro Oeste carrega o país nas costas há décadas”.
Fonte: UOL
Créditos: UOL