O cientista político José Artigas, o ex-deputado Gilvan Freire, o jornalista Walter Santos e o advogado Rui Galdino debateram a delação premiada contra o presidente Michel Temer, que foi tornada pública ontem a noite e gerou grande comoção social, com diversos pedidos de impeachment protocolado no Congresso Nacional. Os convidados participaram de conversa no programa Master News, da TV Master, na noite desta quinta-feira, 18, com mediação do jornalista Gutemberg Cardoso.
Para Gilvan Freire, a atitude de Temer de não renunciar de forma abrupta já era esperada, já que ele sabia que eclodiria, “mais cedo ou mais tarde”, uma delação dos empresários da JBS. “Cunha disse na semana passada que poderia vir em breve alguma novidade da JBS, imagine Temer que está aqui fora”, disse. Para o ex-deputado, todas as pessoas devem reivindicar a saída de Temer do governo, diante de provas da corrupção, “nenhum de nós merece o Brasil que temos, nenhum cidadão brasileiro merece o quadro atual”, afirmou.
Sobre o pronunciamento de Michel Temer, em rede de emissoras de rádio e TV, hoje a tarde, em que o peemedebista afirmou que não vai renunciar e exigiu investigação “plena e rápida”, Rui Galdino disse que Temer demonstrou cansaço físico e mostrou ser um ator político. Ele defendeu que os membros do Congresso analisem uma das duas PECs que preveem eleições diretas em caso de impeachment, e tramitam no Congresso, para que haja eleições presidenciais.
Para Walter Santos, “a intenção era dar moral a Temer, mas ele não conseguiu, demonstrou fragilidade nbo discurso e na aparência”. Sobre a consideração que a classe política lhe destina, desde sempre, Santos afirmou que Antonio Carlos Magalhães já o chamava, há décadas, de mordomo da família Adams. Ele disse que novas eleições é algo inevitável, neste momento, e defendeu escolha da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lúcia, pelo Congresso, “algo combinado”.
José Artigas discordou da opinião de Walter e afirmou que “confundir o Congresso com o Poder Judiciário, neste momento, seria prejudicial demais, seria desagregar os marcos constitucionais que construimos desde 1988, com a Constituição atual, quando o presidente do poder larga sua toga para assumir o papel de político, ele está enfraquecendo o Judiciário”, afirmou.
Artigas comentou o pronunciamento de Temer e disse que o presidente tentou iludir a sociedade brasileira quando alega que as gravações foram feitas de forma clandestina, “é absolutamente inaceitável”. Para o professor universitário, as manifestações realizadas em várias cidades do Brasil nesta quarta-feira tem grande importância, mesmo sendo marcadas de última hora, já que tudo acontece muito rápido, “veremos a força das pessoas nas ruas no domingo, com a grande mobilização que está sendo marcada em todo o Brasil”, pontuou.
O professor universitário finalizou a participação no programa dizendo que a gravação dos empresários da JBS podem ser apenas a ponta do iceberg, já que a delação envolve mais de 200 membros do Congresso e mais de um mil políticos de todo o Brasil. Artigas disse mais, afirmou que 34% dos financiamentos de todas as campanhas de todo o Brasil em 2014 foram da empresa JBS.
Créditos: Polêmica Paraíba