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Cícero Lucena manda investigar empresa que montou “puxadinho” nas dependências do Senado


O primeiro-secretário, senador Cícero Lucena (PSDB-PB) mandou investigar uma empresa que montou um “puxadinho” nas dependências do Senado Federal. Fornecedora de mão de obra contratada pelo Senado, a Plansul Planejamento e Consultoria transformou uma área do Congresso em “puxadinho” da empresa em Brasília. A Plansul ocupa de graça uma área de 23 metros quadrados, dentro do Senado, para negócios próprios. Lá deveria funcionar um posto de serviço para atender os terceirizados. A denúncia foi publicada na edição de hoje (16) do jornal O Estado de São Paulo.

Segundo informa a matéria, é de lá que a Plansul gerencia não só os três contratos com o Senado, de cerca de R$ 35 milhões ao ano, mas os que mantém com órgãos como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Câmara dos Deputados.

No site da Plansul aparecem informações sobre a matriz, em Florianópolis, e oito subsedes. Em Brasília, em vez do endereço, como nas outras localidades, aparece a indicação “escritório no DF”, o nome do responsável, Paulo Machado Júnior, um celular e um telefone do Senado.

A empresa foi autorizada a se instalar no local por ato da Mesa Diretora de 2002. As despesas de luz e água são bancadas com dinheiro público. Ela paga valores simbólicos pelos pontos de telefone e do computador – R$ 25,48 mais o valor das chamadas e R$ 11,13, pela ordem. Em dezembro e janeiro, a “conta” de telefone foi de R$ 7,90 e R$ 8,79, além do valor do ponto, bem abaixo da média, por causa dos preços especiais previstos nos contratos do Senado com as operadoras.

Explicando. Paulo Machado Júnior informou, em entrevista gravada, que a empresa não tem outro escritório em Brasília. Depois se corrigiu, dizendo que tem, mas caberia à matriz informar a localização.

Sobre o uso do telefone do Senado, disse que se trata de uma facilidade. “Como fico mais tempo no Senado, me encontram ali, é mais uma referência.” Na matriz da Plansul, o assessor comercial, Silvio Prado Júnior, disse que está “por fora” da situação da empresa em Brasília.

A Plansul tem três contratos com o Senado. O que atende a comunicação social, com a contratação de 328 técnicos, custa R$ 2 milhões/mês e está sendo reestruturado. O valor mensal do contrato de fornecimento de 61 profissionais para os arquivos é de R$ 491,037. Ou outro é para contratação de 163 servidores,entre eles ascensoristas, no valor de R$528 mil mensais.

Informado pelo Estado, o primeiro-secretário, senador Cícero Lucena (PSDB-PB), exigiu a retirada do telefone do Senado no site da Plansul e deve restringir o acesso a ligações, além de mandar investigar o caso.